O Governo está «muito apostado em que 2014 seja um ano de
recuperação em que, como no ano passado, consigamos desafiar as
estatísticas e apresentar resultados que sejam melhores do que as
nossas previsões - que têm sido conservadoras, é certo», afirmou o
Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho aos jornalistas, à saída da
cerimónia de tomada de posse das Comissões comissões que vão rever
o sistema de acolhimento de crianças e jovens em risco e a lei da
adoção, em Lisboa.
«Para que o desemprego possa baixar significativamente, é também
necessário que a economia cresça a um ritmo mais forte do que
aquele que está previsto, o que depende de contas públicas sãs»,
explicou o Primeiro-Ministro.
Referindo-se aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), «Pedro Passos Coelho sublinhou que «o valor do
desemprego em 2013, em termos médios, ficou significativamente
abaixo daquilo que era a previsão em quase um ponto percentual».
Ora, «isto deveu-se ao facto de, ao longo do ano, a taxa de
desemprego ter descido mais do que estava inicialmente previsto. No
final do ano, terminámos com uma taxa de desemprego inferior a
15,5%, terá sido 15,3%», acrescentou Pedro Passos Coelho.
A taxa de desemprego «é ainda muito elevada, sobretudo entre os
jovens, apesar de ter recuado também entre o segmento mais jovem»,
afirmou o Primeiro-Ministro, acrescentando que «este é o principal
problema social do País» havendo «muito trabalho para fazer nesta
matéria». Contudo, «temos uma perspetiva para 2014 do que há um ano
pensávamos que poderia existir».
Pedro Passos Coelho disse igualmente que a crise económica se
abate «de uma forma mais severa sobre aqueles que são mais
vulneráveis», normalmente os mais idosos, as crianças e as pessoas
com deficiência. Estes grupos acabam por pagar «um preço maior pela
crise».
Por isto, «é muito importante que o Estado não deixe de reforçar
os mecanismos de proteção relativamente a estes grupos de maior
risco e seja em relação às crianças, seja relativamente à
deficiência, seja relativamente aos mais idosos, temos conseguido
que a crise que vivemos não tivesse tido uma repercussão mais grave
sobre estes grupos», sublinhou.
Agora, é preciso trabalhar na forma como o Estado «pode guiar
estas políticas públicas para o futuro, já fora do contexto de
crise». «Esta é uma agenda em que o Governo vai continuar a
investir politicamente porque estamos convencidos que uma sociedade
com crescimento económico também precisa de uma agenda social que
garanta a coesão e, em particular, o apoio aos mais desfavorecidos
e vulneráveis», concluiu.