O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que «é um bom
costume republicano homenagear os nossos maiores concidadãos»
porque assim «fixamos a pessoa que homenageamos no nosso património
comum e na nossa identidade colectiva». Estas declarações foram
feitas no tributo a Vasco Graça Moura, na Fundação Gulbenkian, em
Lisboa.
Sublinhando que «Vasco Graça Moura é um dos nossos maiores», o
Primeiro-Ministro acrescentou: «Escritor reconhecido e cidadão
destemido, fez sua a conciliação entre a vida do espírito e a vida
da ação».
«Poeta, amante da poesia e do legado cultural europeu e
português, é simultaneamente um devoto dos deveres de cidadania,
que sempre exerceu com coragem e clarividência», referiu ainda
Pedro Passos Coelho, lembrando que «o seu patriotismo também se
evidencia no vasto trabalho intelectual de uma longa carreira, com
destaque para o seu continuado esforço de defesa da nossa língua e
perpetuação da grande literatura portuguesa, onde não podemos
deixar de sublinhar os seus estudos sobre Camões».
Ressalvando que «não lhe bastou - porém - escrever, para si e
para os demais», o Primeiro-Ministro afirmou: «Boa parte do seu
esforço voltou-se para a divulgação das letras e da cultura
portuguesas, à frente de prestigiadas instituições nacionais ou
como Comissário-Geral para a representação da Exposição Universal
de Sevilha».
E, «a cada passo, como sucede ainda hoje no centro cultural de
Belém, encontrando os pontos de equilíbrio entre a criação cultural
portuguesa e a que vem de fora, entre o passado histórico e a
contemporaneidade», referiu Pedro Passos Coelho.
Mas, acrescentou, «Vasco Graça Moura é também um distinto
europeu». E recordou, não apenas os seus mandatos enquanto deputado
no Parlamento Europeu, como «o trabalho que dedicou à tradução de
grandes obras da literatura europeia, de Dante a Shakespeare, de
Petrarca a Rilke, que tiveram um justo reconhecimento, no maior
espaço da lusofonia, e no estrangeiro».
«Tive já ocasião de afirmar que, em todas as suas dimensões, o
homem é um ser de cultura», afirmou o Primeiro-Ministro,
acrescentando que «as comunidades políticas são também uma
expressão de cultura» e «também queremos que o desenvolvimento
criativo e científico seja uma manifestação de inspiração, de
vitalidade e de liberdade».
E concluiu, sublinhando: «Nas escolhas limitadas que podemos
fazer em anos de grandes restrições, estes propósitos culturais não
se podem perder, nem se perderão».