O Primeiro-Ministro afirmou que «devemos continuar a avançar no
sentido do aprofundamento da União Económica e Monetária e, ao
mesmo tempo, devemos encurtar significativamente o tempo entre a
tomada das decisões e a sua efetiva execução» na União Europeia, no
seu discurso na cerimónia de entrega do Prémio Europeu Carlos V ao
Presidente da Comissão Europeia e ex-Primeiro-Ministro José Manuel
Durão Barroso. Na cerimónia, em Cáceres, Espanha. Pedro Passos
Coelho acrescentou que estes avanços são urgentes «porque o nosso
trabalho ainda não se encontra acabado, nem a nível nacional, nem a
nível europeu».
Por outro lado, deve haver «consistência entre as respostas da
União, e entre as respostas da União e as respostas dos
Estados-membros», sendo «necessário que as várias políticas da
União concorram para o objetivo fundamental que definimos de
crescimento económico sustentável e de justiça social e que nos
dotemos de todos os instrumentos necessários para o alcançar». Do
mesmo modo, sublinhou, «é igualmente indispensável que as políticas
nacionais, económicas e orçamentais, ajudem - e não subvertam - o
interesse europeu».
O Primeiro-Ministro afirmou igualmente a necessidade de «união
entre os Estados e os povos europeus. É nesta natureza voluntária e
de proveitos mútuos que radica o projeto da moeda única. Devemos
sempre salvaguardar e ter presente esta condição indispensável,
ultrapassando preconceitos e divisões artificiais entre norte e
sul, entre centro e periferia, entre credores e devedores».
Temos o« compromisso europeu de fazermos as pontes de superação
destas divisões entre todos, de conciliarmos diferentes pontos de
vista que resultam - não nos podemos esquecer - da própria
liberdade democrática. Por outras palavras, o compromisso de não
permitirmos que a Europa se vire contra si própria».
«A União - declarou ainda Pedro Passos Coelho - soube sempre
conviver com a diversidade. Mais, a união na diversidade está no
nosso código genético. É esta a nossa riqueza comum e o nosso
principal desafio para os próximos dez anos, ao mesmo tempo que
construímos um edifício mais sólido e inclusivo para o Euro.
Sobretudo num momento em que a Europa e a moeda única dão sinais
crescentes de vitalidade e de ter iniciado um novo ciclo de
crescimento, deixando para trás um período de turbulência e,
inegavelmente, de ansiedade».
O Primeiro-Ministro deslocou-se ao mosteiro de Yuste, Cáceres,
Espanha, para estar presente na cerimónia de entrega do Prémio
Carlos V atribuído a Durão Barroso pela Fundação Academia Europeia
de Yuste (o convento onde o imperador terminou os seus dias depois
de renunciar ao ceptro). Na cerimónia estiveram também presentes,
além de Durão Barroso e Pedro Passos Coelho, o Presidente do
Governo da região da Extremadura, José Antonio Monago Terraza, o
Presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, e o Princípe das
Astúrias, Felipe de Borbon.