«Assim que for oportuno, o Governo vai dar à questão do mecenato
um outro fôlego que não tem sido possível nos últimos anos», para
«conseguir suprir parte das dificuldades orçamentais que o sector
cultural tem enfrentado nos últimos anos», afirmou o
Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, no final de uma
visita ao Convento de Cristo, em Tomar, onde também esteve presente
o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.
Assim, «o Governo quer rever a lei do mecenato ainda durante
esta legislatura», em 2015, tarefa de que o Secretário de Estado da
Cultura está já incumbido.
«A lei do mecenato deverá responder melhor, quer aos que estão
na disponibilidade de desempenhar uma função de responsabilidade
social e cultural mais alargada, quer do próprio Estado, que deve
promover esta intervenção de natureza quase cívica de forma mais
intensa do que tem acontecido», explicou o Primeiro-Ministro,
acrescentando que «a dificuldade em manter devidamente conservado o
património riquíssimo do País tem que ser ultrapassada integrando
estes elementos na atividade económica, em particular no
turismo».
Pedro Passos Coelho sublinhou ainda a importância de o
património «ser apreciado de forma conhecedora», referindo também
«a superficialidade demasiado notória com que muitos dos elementos
culturais mais enraizados no País são apreendidos no debate
público».
«É uma responsabilidade muito grande de todos os agentes tornar
este debate mais rico, mais informado, não no sentido de colocar as
pessoas a verem o que não querem, ou a passar mensagens
culturalmente corretas, porque isto não existe», mas «mantendo um
espírito essencialmente livre de observação, crítico nos juízos que
emitimos, sobretudo, nos que têm uma natureza mais estética».
E concluiu: «É indispensável que a observação feita possa ser o
mais bem informada possível para que cada depois um formule o seu
juízo sobre o que vê, e isto é tão válido na cultura, como na
economia, na política, e nas diversas áreas da nossa vida».
Jorge Barreto Xavier referiu que «é preciso encontrar novos
caminhos para o mecenato cultural, que deve assumir um caráter
continuado», e lembrou que - mesmo num ano difícil como 2013 -
«aumentou o apoio mecenático de empresas à reabilitação e à
produção artística, como também aumentou o número de visitantes a
museus».
O Secretário de Estado afirmou que esta visita do
Primeiro-Ministro representou «um sinal do reconhecimento da
importância das políticas públicas para a reabilitação e promoção
do património».
A visita de Pedro Passos Coelho e de Jorge Barreto Xavier ao
Convento de Cristo teve como objetivo o acompanhamento do programa
de mecenato exclusivo, que a Cimpor apoia desde 2007, às
intervenções de conservação e restauro neste monumento - em
particular, da pintura decorativa e dos estuques da charola.