Concertação Social, 13 novembro 2013
 
2013-11-13 às 15:29

«2014 É O ANO EM QUE DEVEMOS APROFUNDAR O ESFORÇO DE CONCERTAÇÃO SOCIAL»

O Primeiro-Ministro convidou os parceiros sociais a discutirem um acordo de médio prazo, na reunião da comissão permanente de Concertação Social na qual o Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2013. Numa declaração à imprensa no final da reunião, Pedro Passos Coelho afirmou que «2014 é o ano em que devemos aprofundar o esforço de concertação social», devido à conclusão do programa de ajustamento económico e financeiro e o da restauração da autonomia orçamental do País, mas referindo o «quadro do acordo de 2012».

«É desejável que os nossos meios de acordo possam ser reforçados. Todos daremos o nosso melhor para um compromisso de médio prazo que nos permita, no pós-troika, reduzir a dívida e o desemprego», disse o Primeiro-Ministro. Dependendo da evolução dos custos de contexto, da produtividade e da estratégia macroeconómica, o acordo poderá ter por base a política de rendimentos e o aumento do salário mínimo nacional - poderá haver «um eventual acordo em matéria de salário mínimo nacional, mas não estritamente focado no salário mínimo nacional» -, atualmente em 485 euros.

Respondendo a uma pergunta sobre a disponibilidade do Governo para aumentar o limite a partir do qual os salários dos funcionários públicos terão um corte de 2,5% a 12%, Pedro Passos Coelho afirmou: «Não vim aqui fechar a negociação do Orçamento, vim aqui ouvir os parceiros e ponderar as suas propostas. Veremos se até sexta-feira [data limite para apresentação de propostas de alteração ao Orçamento] existem melhores propostas, que permitam salvaguardar um défice de 4% até ao final do ano e distribuir o esforço de forma tão equitativa quanto possível».

Contudo, «temos um Orçamento do Estado para 2014 que tem um grau de dificuldade muito elevado para a sua execução. O Governo não tem nenhum prazer em reduzir os rendimentos salariais na Função Pública», «e não o fez de ânimo leve». «Nós procurámos ao longo destes dois anos e meio que a redução da despesa pública afetasse o mínimo os rendimentos, mas não é possível reduzir a despesa e o défice sem afetar a função pública», afirmou.

«Como o Governo decidiu que não iria penalizar mais através dos impostos, só podemos ter margem de manobra para podermos atuar sobre o corte de salário na Administração Pública se tivermos outras formas de reduzir a despesa», afirmou Pedro Passos Coelho.

Tags: primeiro-ministro, concertação social, salário mínimo