«Depois de décadas de debate ideológico que polarizaram a
comunidade política em torno do mercado e do Estado, hoje sabemos
que não é possível termos um mercado funcional nem um Estado justo
e eficaz sem uma sociedade civil forte e vibrante», afirmou o
Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, numa mensagem dirigida ao
XIII Encontro Nacional de Fundações, em Évora.
Acrescentando que «Estado, mercado e sociedade civil são três
espaços com vocações diferentes, mas complementares», o
Primeiro-Ministro realçou que «a chave do progresso reside em
encontrarmos um equilíbrio saudável e sustentável entre estes três
espaços».
«Na verdade, a qualidade da nossa democracia está estreitamente
associada à vitalidade da sociedade civil» e «é precisamente no seu
seio que é produzido aquilo a que se tem chamado o 'capital
cultural e social' - um recurso invisível, mas precioso para o
desenvolvimento integral das nações», explicou.
Pedro Passos Coelho afirmou que «é, pois, muito oportuna a
reflexão sobre o futuro das fundações portuguesas na ocasião em que
o Centro Português de Fundações celebra o seu vigésimo aniversário»
e «não é um exagero dizer que o futuro do nosso País está
indissoluvelmente ligado ao futuro das suas fundações».
«Em primeiro lugar, porque as fundações estão na primeira linha
da produção do capital cultural e social, sem o qual as sociedades
modernas perderão o seu equilíbrio e carecerão de muitos dos bens
que são indispensáveis para a nossa vida individual e
colectiva».
Depois, «como partes integrantes do ecossistema cultural e
social do País, também as Fundações compreendem o valor da
sustentabilidade e o compromisso com o futuro na promoção dos seus
bens em condições de escassez de recursos. Estando apostadas em
propósitos sociais e culturais permanentes, que ultrapassam o
horizonte da vida das suas equipas dirigentes, as fundações têm no
seu código genético um olhar aprofundado para o futuro e para as
suas exigências».
Assim, «as fundações portuguesas constituem um elemento muito
importante da nossa estrutura institucional, e hoje já ninguém
duvida de que a superação das dificuldades que enfrentamos e as
bases fundamentais do futuro do nosso País dependem em elevado grau
da robustez desta estrutura institucional vista como um todo,
englobando instituições privadas, sociais e públicas», afirmou.
Pedro Passos Coelho realçou também que «é cada vez mais
consensual que aí assentam, em larga medida, o desenvolvimento e o
progresso dos povos» uma vez que «a qualidade da estrutura
institucional do País é factor de competitividade e de crescimento
económico material, mas também do desenvolvimento humano integral a
que todos aspiram no acesso à cultura, à ciência, ao legado
histórico, à solidariedade com os outros e à vida em
comunidade».
«Por isso, é grande a responsabilidade das fundações. Para mim é
muito clara a importância que as fundações têm tido na resposta
nacional à crise em que nos vimos envolvidos, e sei que esta
responsabilidade continuará a ser plenamente assumida no futuro.
Deposito uma enorme confiança no vosso trabalho e na vossa
liderança», concluiu o Primeiro-Ministro.