Abertura do ano letivo, 11 setembro 2013
 
2013-09-11 às 12:34

QUEDA DA NATALIDADE «OBRIGA A REESTRUTURAR OFERTA EDUCATIVA E RECURSOS HUMANOS»

O Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho afirmou que a queda da natalidade em Portugal «obriga a reestruturar a oferta educativa nos equipamentos e os recursos humanos». «Não é um processo fácil, porque obriga a requalificar a oferta, mas também a dispensar recursos que durante muitos anos foram crescendo», acrescentou, durante uma visita a duas escolas de Oliveira do Bairro, na qual foi acompanhado pelo Ministro da Educação, Nuno Crato.

«Temos de fazer o que outros, no passado, não fizeram», referiu, elogiando a colaboração das autarquias na agregação de escolas e constituição dos agrupamentos escolares, «com o objetivo de concentrar os melhores recursos em centros de média dimensão».

O gabinete de estatísticas do Ministério da Educação e Ciência divulgou recentemente projeções segundo as quais entre os anos letivos de 2011-12 e 2017-18 o sistema de ensino deverá perder 40 mil alunos. A exceção é o ensino secundário, refletindo o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano.

Pedro Passos Coelho inaugurou os complexos escolares de Bustos e do Troviscal, que considerou «de excelência, mas sem luxo», pois não é preciso luxo «para haver uma educação de qualidade», e lamentou que no passado «tivessem sido feitos alguns investimentos desproporcionados à escala nacional», que limitaram a possibilidade de mais municípios recuperarem o parque escolar.

Contudo, deixou claro que Portugal tem de continuar a investir na educação, mas com racionalidade na aplicação de meios, porque há um «atraso secular» que faz com que uma parte significativa dos desempregados «não tenha sequer concluído o 9.º ano e tenha mais dificuldades em se adaptar às novas circunstâncias» criados pelas mutações económicas e aceleração tecnológica.

«Isto paga-se, e não podemos deixar de investir para recuperar desse atraso, mas temos de fazer as nossas contas», nomeadamente na aplicação das verbas do próximo quadro comunitário de apoio, mas «sem esbanjar recursos», sob pena de «condenar os jovens a um futuro, esse sim, de empobrecimento».

As escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico e Pré-Escolar de Bustos e Troviscal - frequentadas por 223 crianças - integram o plano que levou à construção de 8 novos pólos escolares no concelho nos últimos 8 anos. Estas duas escolas representam um investimento total que ultrapassa os 6 milhões de euros, valor comparticipado em cerca de 50% pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Tags: educação, escolas, despesa, emprego, investimento