Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, 30 agoto 2013
 
2013-08-30 às 15:07

PORTUGAL PRECISARÁ DE UM SEGUNDO RESGATE «SE NÃO FORMOS CAPAZES DE SINALIZAR A REFORMA ESTRUTURAL DO ESTADO»

«Se não formos capazes, nos próximos meses, de sinalizar aos nossos credores esta reforma estrutural do Estado que garanta que a despesa baixa de uma forma sustentada, não estaremos em condições de prosseguir o nosso caminho sem um segundo programa que garanta ao País os meios que ele precisa» afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, na inauguração dos edifícios-sede do município e do centro de memória do Forte S. João de Deus, em Bragança.

Assim, «é preciso estudar e ver exatamente quais são as objeções que o Tribunal Constitucional tem e de que forma é que poderemos ultrapassá-las e corrigir os fundamentos de inconstitucionalidade do diploma», explicou o Primeiro-Ministro, referindo-se à lei da mobilidade dos funcionários públicos.

Acrescentando que «há sempre outras medidas que se podem encontrar» como alternativa ao diploma ontem chumbado pelo Tribunal Constitucional, Pedro Passos Coelho realçou é que estas «podem não ser medidas tão justas, tão eficazes e que de alguma maneira podem produzir no longo prazo os resultados que esperávamos».

«Esperamos que não haja uma leitura demasiado restritiva dos princípios constitucionais a propósito destes diplomas porque, no seu conjunto, eles são essenciais para as reformas que o País precisa de fazer», sublinhou o Primeiro-Ministro, reiterando que «é preciso comprimir ainda mais a despesa, sob pena de as pessoas ficarem no País, uns a pagarem o preço do ajustamento porque estão desempregados, outros porque perderam os seus negócios, e ainda a terem de pagar impostos para que o Estado se mantenha para além daquilo que é razoável».

O diploma chumbado pelo Tribunal Constitucional previa a rescisão contratual para os trabalhadores colocados em inatividade durante um ano, com atribuição da indemnização prevista na lei geral e com direito à proteção no desemprego. Este regime era uma das formas com que o Governo queria reduzir o número de efetivos na função pública, para além da aposentação e do programa de rescisões por mútuo acordo.

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