Conselho Europeu, 22 maio 2013
 
2013-05-22 às 17:53

REFORÇO DE POLÍTICAS EUROPEIAS ENERGÉTICAS E FISCAIS SERÁ POSITIVO PARA AUMENTAR A COMPETITIVIDADE E O CRESCIMENTO ECONÓMICO

O Primeiro-Ministro afirmou que as conclusões do Conselho Europeu «permitem pensar que a Europa dará um sinal político mais forte e comprometido em duas matérias críticas para a competitividade e crescimento». Pedro Passos Coelho falava na conferência de imprensa final da reunião dos Chefes de Estado ou de Governo da União Europeia, em Bruxelas.

Referindo-se à energia e à fiscalidade - temas em agenda nesta cimeira - o Primeiro-Ministro acrescentou que é com satisfação que o Governo assiste aos resultados do Conselho Europeu. Este foi apenas a primeira de uma série de reuniões sobre estes assuntos.

Na área da energia, Pedro Passos Coelho sublinhou a necessidade de melhorar o custo, a eficiência energética e a segurança e diversidade do abastecimento: «No caso de Portugal e de Espanha, a falta destas interligações nos setores elétrico e do gás é bastante penalizadora. Deste ponto de vista, os dois países são praticamente duas ilhas dentro da Europa». Um das conclusões da cimeira foi a recuperação da meta de 10% como nível de interligações mínimas a alcançar dentro da União Europeia (UE).

O Primeiro-Ministro referiu ainda que «a partir de 2015, nenhum país estará isolado das soluções de abastecimento na UE, sendo necessário um verdadeiro mercado interno da energia».

Lembrando que «a dependência externa da UE é um problema grave, nomeadamente a nível de preços elevados, quando comparados com os preços nos Estados Unidos ou no Japão», Pedro Passos Coelho afirmou que isto «tem efeitos diretos nos custos das empresas europeias», pelo que «o défice de competitividade tem vindo a agravar-se».

A nível fiscal, o Primeiro-Ministro afirmou que «é preciso ser mais bem-sucedido - tanto a nível europeu como internacional - no combate à fraude e evasão fiscal, sobretudo no atual contexto económico, em que são exigidos esforços aos cidadãos».

Pedro Passos Coelho frisou que, a par da consolidação orçamental, o Governo tem dado prioridade ao combate à fraude e à evasão fiscal: «O planeamento fiscal agressivo dificulta gravemente os nossos esforços de consolidação orçamental e a promoção do crescimento económico, mas - sobretudo - é imoral que, enquanto exigimos esforços tão significativos aos nossos cidadãos, permitamos que valores tão elevados escapem aos cofres dos Estados».

Assim, «trata-se de garantir maior justiça na forma como os impostos chegam a todos, até porque, quanto menor for a base fiscal, maior é o esforço fiscal que aqueles que cumprem as suas obrigações fiscais têm de realizar», até porque «além da equidade e da justiça social, também é importante ir preparando terreno para aliviar esta carga fiscal sobre todos os contribuintes».

«Isto depende de duas realizações mais imediatas, designadamente, atingir um nível de despesa pública mais baixo e consentâneo com o esforço que as pessoas podem fazer, e com o alargamento da base fiscal, ou seja, a luta bem-sucedida contra a evasão e fraude fiscal».

«Por esta razão é que estamos a trabalhar em simultâneo nos dois tabuleiros - por um lado, estamos a procurar cumprir objetivos de consolidação orçamental e redução do défice, através do ataque à despesa pública, diminuindo a despesa do Estado, e, por outro lado, tentando alargar a base fiscal, garantindo mais justiça na forma como os impostos chegam a todos, mas também permitindo pensar no médio prazo numa descida da carga fiscal que promova a poupança e também o investimento, sem o qual o crescimento não poderá ter lugar», afirmou.

Pedro Passos Coelho acrescentou ainda que «a administração tributária estará a olhar com muita atenção para empresas que mudem de sede estatutária para países onde a carga fiscal é menor, para verificar se realmente a sua sede efetiva se encontra ou não em Portugal, de modo a que estas empresas paguem os seus impostos «onde devem».

Para o Primeiro-Ministro, «os esforços que têm vindo a ser feitos em Portugal devem ser acompanhados à escala europeia» sendo que «o Governo se congratula por esta questão ter sido revalorizada no atual contexto, em que a generalidade dos países europeus - e não apenas a zona euro - está confrontada com uma recessão económica».

E concluiu: «Por este motivo, apoiei a intenção do presidente do Conselho Europeu de desenvolver, ao nível europeu, um conjunto de iniciativas que foram apresentadas por alguns parceiros nossos e que visam, por exemplo, tornar automática a troca de informações de natureza fiscal».

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