Relatório da OCDE, 14 maio 2013
 
2013-05-14 às 14:01

DESCIDA DA CARGA FISCAL DEPENDE DA REDUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA

«Há que reduzir o peso da carga fiscal, o que só se consegue com a redução da despesa pública», antes de alterar impostos como recomenda a OCDE, afirmou o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho em conferência de imprensa após o seminário de apresentação do relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico encomendado por Portugal, «Reformar o Estado para promover o crescimento», em Paris.

«O Governo analisará a possibilidade de substituir alguns impostos por outros que possam ser até mais justos ou adequados ao tipo de crescimento que pretendemos, mas precisamos também de baixar a necessidade de manter esta pressão fiscal sobre os contribuintes», acrescentou.

O Primeiro-Ministro afirmou que «o guião sobre a reforma do Estado deverá ser apresentado muito em breve pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros», Paulo Portas, mas «seria um grande desperdício solicitar este apoio à OCDE, e ignorarmos este contributo que a Organização agora nos prestou».

O relatório «reflete uma avaliação muito positiva de um conjunto importante de reformas que já realizámos, nomeadamente, no lado do produto, mas também no mercado de trabalho e no sector financeiro», pelo que «hoje, temos condições de maior flexibilidade, concorrência e competitividade entre a economia privada, sendo esta mais aberta», afirmou Pedro Passos Coelho, salientando que «a reforma do Estado está para além do objectivo financeiro do défice».

Respondendo a perguntas de jornalistas acerca das propostas apresentadas em 3 de maio, o Primeiro-Ministro afirmou que «muitas dessas medidas têm consequências do ponto de vista social», mas o conjunto «não implica, fora da esfera pública, consequências directas para os cidadãos», porque não é um programa «que se aplique à generalidade das pessoas» e que deverá garantir «um efeito positivo no médio e no longo prazo».

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