Debate quinzenal, 19 abril 2013
 
2013-04-19 às 12:39

PRIMEIRO-MINISTRO QUER CONSENSO «O MAIS ALARGADO POSSÍVEL» SOBRE ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO ECONÓMICO E FOMENTO INDUSTRIAL

O Governo vai aprovar «uma estratégia de crescimento económico e fomento industrial, a discutir posteriormente com os parceiros sociais e com o País», porque «precisamos de apostar em tudo o que possa financiar o crescimento da economia», num Conselho de Ministros extraordinário a realizar no dia 23, afirmou o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal na Assembleia da República, em resposta a perguntas dos deputados.

«Será uma aprovação na generalidade que o Governo fará, para depois pôr à discussão com os parceiros sociais e também com os partidos políticos», referiu ainda o Primeiro-Ministro, acrescentando que o que vai ser aprovado é «um documento de estratégia, que inclui medidas que possam vir a ser tomadas, mas que é um documento aberto, não é um documento fechado», que «possa posteriormente colocar então à discussão dos partidos políticos e dos parceiros sociais».

«Nós precisamos, uma vez que estamos agora mais certos do caminho de consolidação que estamos a fazer, de apostar em tudo o que possa favorecer o crescimento da economia», afirmou ainda Pedro Passos Coelho. Aliás, «há hoje condições para que os bancos possam dar melhores contributos para a economia, e o Estado não deixará de zelar por isto. Hoje temos uma circunstância muito diferente do que a que herdámos há dois anos».

O Primeiro-Ministro sublinhou «a importância da decisão que na semana passada foi tomada em Dublin» de permitir o alargamento dos prazos de pagamento do empréstimo da troika, «para o regresso de Portugal ao financiamento de mercado, dispensando os financiamentos oficiais. Se não queremos um segundo resgate, temos de ser bem sucedidos no regresso aos mercados».

Recordando que «em 2011 conseguimos uma extensão nos prazos dos empréstimos, juntamente com a Irlanda», Pedro Passos Coelho referiu que «temos hoje uma concentração muito elevada de empréstimos para serem pagos em 2015, 2016 e 2021», pelo que «a extensão das maturidades servirá para Portugal financiar a sua economia de forma mais bem sucedida», Contudo «isto só foi possível porque o 7.º exame regular foi bem sucedido».

Para concluir formalmente este exame «Portugal apresentará medidas para o fim do exercício orçamental deste ano» e «serão ainda apresentadas medidas de carácter estrutural, a avaliar pela troika». «Queremos fazer este aprofundamento de forma o mais consensual possível. O Governo compromete-se a apresentar um conjunto de medidas, eventualmente até a substituir por outras, desde que não coloquem em causa as metas para o défice acordadas no exame regular», afirmou ainda o Primeiro-Ministro, que acrescentou que «o Governo apresentará medidas estruturais para reduzir o défice até ao fim deste mês. Cumpriremos as nossas obrigações no calendário europeu, salvaguardando a hipótese de as substituir por outras».

O Primeiro-Ministro sublinhou que «é natural que o Governo queira encontrar uma base de entendimento junto dos partidos do arco da governabilidade que subscreveram o acordo com os nossos credores internacionais», quer para a estratégia de crescimento, quer para o cumprimento das metas do Programa de Assistência Económica e Financeira, quer para a governação económica europeia.

O Conselho de Ministros do dia 17 de abril «visou encontrar poupanças que pudessem responder parcialmente às medidas invalidadas pelo Tribunal Constitucional». O Governo anunciou que ia reduzir despesas no pessoal e na aquisição de bens e serviços nas várias áreas sectoriais. O Governo entendeu ainda que iria fazer alterações orçamentais nos atuais programas, sem prejuízo de alterações em programas mais estruturais».

O Governo afirmou também, na conferência de imprensa sobre o Conselho de Ministros «e eu quero aqui reafirmá-lo, que queremos um consenso o mais alargado possível, pelo que estamos inteiramente disponíveis para discutir opções de carácter estrutural para o futuro, especialmente com o PS e com os parceiros sociais». «O Governo tem reafirmado que não pode deixar de apresentar medidas de carácter estrutural que invertam a trajetória da dívida e tragam crescimento à nossa economia. Há muito tempo que insisto nisto, que seja feito em linha, quer com os nossos parceiros externos, como com os nossos parceiros sociais».

O Primeiro-Ministro afirmou ainda que «os nossos parceiros externos deram-nos um voto de confiança - exemplos disto foi o que se passou em Dublin na semana passada, mas também da aprovação [da extensão dos prazos de pagamento dos empréstimos] que ontem decorreu no parlamento alemão. Está agora nas nossas mãos controlar o risco de execução para entregar um bom resultado».

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