«Portugal e a Suécia têm uma visão muito aproximada do que é
necessário fazer para atravessar esta situação de crise e para a
vencer», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, no
Porto, onde teve início a visita oficial do Primeiro-Ministro
sueco, Fredrik Reinfeldt.
Acrescentando que «a Suécia tem sido um importante
apoio, político e diplomático, quer no contexto europeu,
quer fora da Europa», o Primeiro-Ministro referiu ainda que
«Portugal tem despertado o interesse do investimento sueco ao longo
dos anos».
Realçando que «a Suécia é um parceiro muito importante de
Portugal e das empresas portuguesas», Pedro Passos Coelho comparou
as mudanças ocorridas na Suécia àquelas por que Portugal está a
passar: «São necessárias reformas microeconómicas mais profundas,
bem como uma maior abertura económica e comercial, sendo também
preciso aprofundar o mercado interno europeu quanto aos serviços»,
que é uma área se tem mantido fora deste circuito.
Sublinhando a importância do País ganhar «padrões de crescimento
mais saudáveis» face aos dos últimos anos, o Primeiro-Ministro
lembrou: «Estamos numa situação com muitas variáveis de incerteza,
com a crise de Chipre, o que demonstra a relevância de manter a
estabilidade na União Europeia, para impedir que possam tornar a
existir situações semelhantes a esta no futuro».
Referindo-se ao impacto negativo que a fragmentação dos mercados
financeiros tem em países como Portugal - sobretudo numa situação
em que é preciso investimento em condições competitivas - Pedro
Passos Coelho explicou que «esta fragmentação dos mercados cria
problemas de financiamento às empresas dos países como Portugal,
sendo necessária uma resposta financeira que normalize as condições
de financiamento, ou seja, uma união bancária».
O Primeiro-Ministro afirmou que «esta é uma discussão urgente
para Portugal, mas que deve abranger toda a União Europeia, e não
apenas os países da zona euro, de modo a que se possa chegar a um
resultado equilibrado em todo o espaço europeu».
Relativamente à propagação da crise de Chipre a outros países
sujeitos a programas de assistência financeira, Pedro Passos Coelho
assegurou: «Não existe risco de perturbação no sistema financeiro,
e espero que não haja tentativas de provocar a desconfiança entre
os depositantes. Chipre é um caso muito particular e não é exemplo
para outros países».
Fredrik Reinfeldt referiu que «a Suécia passou por
situações complicadas semelhantes às que Portugal está a passar.
Conseguiu superá-las através de medidas de reforma estrutural pouco
populares, mas que permitiram aumentar a competitividade».
E concluiu: «O aspecto orçamental torna-se cada vez mais
importante porque as economias abertas serão mais vulneráveis aos
mercados se tiverem défices altos».