«Ao cabo de ano e meio, Portugal está a conseguir atingir as
metas a que se tinha proposto no programa de ajustamento», afirmou
o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, acrescentando que «isto
significa uma grande esperança para todos aqueles que, vivendo em
Portugal, precisam de ganhar confiança em relação ao futuro, mas
significa também uma expectativa muito positiva para todos aqueles
que olham para Portugal como um destino profissional ou de
investimento». Estas declarações foram feitas no fórum empresarial
que decorre no âmbito da visita a Portugal do Presidente da
República da Colômbia, Juan Manuel Santos, em Lisboa.
Referindo a evolução das exportações portuguesas, o
Primeiro-Ministro afirmou que, nos próximos meses, Portugal deverá
alcançar pela primeira vez em décadas um excedente comercial:
«Sabemos que isto se deve, evidentemente, às dificuldades da
procura interna, à redução forçada importações, mas sabemos também
que temos conseguido ganhar quotas de mercado e ter um desempenho
das exportações não explicado pelo arrefecimento da procura global»
até porque «as empresas portuguesas têm feito o trabalho de casa de
forma notável, adaptando-se de forma muito flexível às
circunstâncias e olhando os mercados externos cada vez com mais
interesse e rapidez».
Esta adaptação das empresas tem sido a chave do processo de
ajustamento financeiro português assinado com os credores
internacionais: «Temos conseguido, em muito pouco tempo, fazer no
plano externo aquilo que o Fundo Monetário Internacional estimava
que demorássemos quase seis anos a fazer» pois «não apenas
estaremos muito próximos de alcançar este excedente comercial a
curto prazo, como teremos possibilidade da nossa balança corrente
alcançar um equilíbrio que não tínhamos há algumas décadas».
O Primeiro-Ministro afirmou ainda que «a dinâmica de exportação,
reexportação e investimento, e parcerias locais tende a ser muito
bem-sucedida com os indicadores oficiais das exportações e também
com os indicadores do investimento a crescerem». Isto significa que
o País está a recuperar confiança e credibilidade: «Claro que
durante todo este processo as dificuldades criam zonas de desânimo
e algum desalento, mas os portugueses sabem hoje que para vencer
esta crise não podemos voltar aos erros do passado» já que «o País
tem de viver de acordo com as suas disponibilidades».
E concluiu: «É tempo de acrescentar valor às exportações e
transformar de forma mais aprofundada as políticas públicas e a
forma como o próprio Estado está organizado, para poder assegurar e
garantir a coesão social e a realização efetiva dos direitos
sociais mais elementares».