Debate da proposta de Orçamento do Estado para 2013, 30 outubro 2012
 
2012-10-30 às 12:56

«AS REDUÇÕES DE DESPESA CHEGARAM MUITO PRÓXIMO DO SEU LIMITE»

«As reduções de despesa compatíveis com a manutenção da atual estrutura do sector público chegaram muito próximo do seu limite com os cortes efetuados em 2011 e 2012, e com os que estão previstos para 2013», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, na abertura do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2013, na Assembleia da República.

Referindo que «existe hoje um consenso amplo no País de que é preciso fazer uma reforma estrutural do Estado para ultrapassar a atual crise, porque Portugal tem problemas que não podem ser resolvidos com aumentos de impostos ou com mais compressão da atual estrutura de despesa», o Primeiro-Ministro explicou assim a necessidade de refundar o programa de assistência económica e financeira a Portugal, para a qual convidou o maior partido da oposição - e alargou a proposta aos parceiros sociais.

«É importante que o debate transcenda o atual Governo e possa envolver, não apenas o principal partido da oposição, como também os parceiros sociais. Em particular, os que tiveram a coragem para subscrever o acordo tripartido social. Também aqui se pode falar da reafirmação do espírito do acordo previamente estabelecido, e que não deve ficar capturado por qualquer Governo, dada a grande implicação temporal que comporta», afirmou Passos Coelho.

Segundo o Primeiro-Ministro, na primeira fase do programa de assistência económica e financeira «criou-se um consenso nacional sobre a necessidade de repensar o Estado, mas não era possível ter lançado as bases desta reforma mais profunda sem que este consenso tivesse sido criado». Passos Coelho afirmou ainda que, desde que tomou posse, o Governo «atribuiu uma prioridade natural às emergências mais prementes e imediatas, e que - neste últimos 15 meses - foram muitas».

«Neste momento, estamos mais próximos de atacar realmente a causa primeira dos nossos problemas», sendo urgente proceder a uma reforma «mais ambiciosa do Estado que não estava, há ano e meio, prevista no memorando de entendimento», e que produza resultados no curto prazo: «Contamos ainda em 2013 poder começar a aplicar reduções de despesa que possam, a prazo, aliviar o peso fiscal que fomos forçados a aumentar na proposta para o Orçamento de 2013. Mas, até ao final de 2014, esta redução muito significativa de despesa estará inteiramente concretizada».

E concluiu: «O Governo quer, desta forma, e assim que as condições o permitam, libertar os portugueses da carga tributária excessiva que têm aos seus ombros».

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