«Os portugueses deverão esperar um orçamento que é de
dificuldade, que representa um acréscimo muito significativo da
carga fiscal para o próximo ano mas que não deixa de ser um
orçamento mais justo», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos
Coelho, explicando que se fará uma «divisão equitativa do esforço
que é pedido a todos os portugueses na medida em que os rendimentos
são taxados de uma forma mais alargada e mais progressiva». Estas
declarações foram feitas à saída do seminário «A Emigração
Portuguesa na Europa - Desafios e Oportunidades», no Porto.
Para o Primeiro-Ministro, este orçamento «permite recuperar a
autonomia financeira e orçamental do País». Acrescentando que este
«não deixará de conter, também, mensagens muito específicas sobre o
crescimento e a criação de emprego», Pedro Passos Coelho referiu
que estas medidas «têm vindo a ser exploradas e trabalhadas ao
nível da Concertação Social».
«A nossa premissa é de que a crise europeia não se vai
aprofundar e que, portanto, os nossos parceiros comerciais - dado
que serão as exportações a liderar este caminho de crescimento da
economia - não irão ter a sua situação mais degradada do que aquilo
que hoje, quando fazemos as previsões, temos em linha de conta».
Por este motivo, Pedro Passos Coelho afirmou que «a previsão é de
que, a partir do segundo semestre de 2013 o nível da atividade
económica possa recuperar».
E concluiu: «Este é um orçamento difícil, o mais difícil -
provavelmente - de todos os orçamentos durante este período da
execução do memorando de entendimento. Queremos continuar a atacar
o défice e a despesa para não termos a troika em Portugal
por mais tempo do que o estritamente necessário. Queremos continuar
a atacar o défice e a despesa para que, brevemente, possamos dizer
de cabeça erguida aos nossos parceiros internacionais: ontem vieram
em nossa ajuda. Nós agradecemos e retribuiremos, mas hoje retomamos
a nossa autonomia para nunca mais a abandonar».