«É hoje muito evidente que o sistema financeiro na Europa
desenvolveu um sentido de risco e de aversão ao risco que às vezes
dificulta aquilo que é a própria função do sistema financeiro, que
é estar disponível para que as empresas e as boas ideias possam
florescer», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho,
durante a cerimónia de entrega da 10.ª edição do prémio Fundação
Ilídio Pinho, Ciência na Escola, que decorreu na Exponor, em
Matosinhos.
O Primeiro-Ministro referiu que espera que a cultura de aversão
ao risco existente na Europa «não se desequilibre muito mais»
porque, se isso acontecer, «qualquer dia» não existirá economia que
suporte o sistema financeiro.
Pedro Passos Coelho afirmou ainda que «é importante» que sejam
criadas «condições de confiança, de estabilidade, que permitam ao
sistema financeiro, aos investidores, aos agentes sociais,
educativos e económicos desempenharem bem o seu papel».
«Venceremos estas dificuldades, estou certo, e se continuarmos
determinados a olhar para o mundo, de uma forma aberta, não
discriminatória, em que o conhecimento esteja realmente à mão da
utilidade que lhe podemos dar», acrescentou.
Considerando que a direção que Portugal quer «tomar está bem
definida», o Primeiro-Ministro referiu que o País quer «ser uma
economia, um país, uma sociedade, mais aberta, em que as nossas
empresas possam exportar mais, (…) que possam ser competitivas,
como se estivessem a exportar porque isso significa que nós
próprios, no mercado interno, dentro do nosso país podemos
beneficiar de melhores serviços, de melhores, produtos, a melhores
preços».
Para conseguir uma maior eficiência, Pedro Passos Coelho
considera que «é preciso libertar mais recursos para apoiar outros
que precisam mais, para reforçar as nossas políticas públicas ou
simplesmente para deixar que as próprias famílias, as pessoas, as
empresas, possam fazer escolhas mais ambiciosas, que não estejam
tão limitadas como hoje estão pelos impostos e pela necessidade de
corrigir os desequilíbrios que acumulamos».