O «Estado social, livre do seu maior inimigo que é o Estado falido, não poderá senão sair reforçado. A próxima legislatura, aliás, será social ou não será. Os resultados que os portugueses conseguiram nesta legislatura dão-lhes esse direito, a essa mudança de horizonte no País e nas suas expectativas de vida», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas no debate do estado da Nação, na Assembleia da República.
O Vice-Primeiro-Ministro acrescentou que «o facto de termos vivido em excecionalidade, e de a termos vencido como País, permite aos portugueses, com estabilidade, fazer o caminho para quatro anos que já não serão excecionais, mas sim normais, precisamente a normalidade e previsibilidade que o resgate e os credores nos tiraram».
«E permite às famílias, com os pés assentes na terra, encarar o futuro de outra forma, pensar menos nas restrições e mais na recuperação, com uma atitude bem mais positiva e bem menos angustiada, mobilizando e não adiando projetos de vida, exatamente o que o memorando, as suas causas e os seus responsáveis tantas vezes deixaram em suspenso a tanta gente», afirmou Paulo Portas.
O Vice-Primeiro-Ministro afirmou ainda que «alguém que muito estimo disse um dia "há mais vida para além do défice"», referindo-se ao ex-Presidente da República Jorge Sampaio. «Verdade. Com o défice controlado, os primeiros sinais já aí estão, o pressentimento que estamos a melhorar já aí é evidente e a próxima legislatura vai demonstrá-lo cabalmente. Olhemos com confiança os dias que estão à nossa frente».
Paulo Portas referiu-se ainda à situação na Grécia, afirmando «é simplesmente um pavor imaginar que em Portugal pudesse acontecer o que está a acontecer com a Grécia», situação que «lembra o que aconteceu na Argentina e no Brasil» quando cessaram os pagamentos externos, e «diz-nos tudo o que não devemos experimentar», acrescentando que «Portugal está salvo, e esta proteção é uma garantia preciosa, desde logo para os mais pobres».