«A entrada de capital novo, privado, na companhia dá-lhe outra oportunidade», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro acerca da decisão do Governo de vender 61% da TAP a um consorcio privado, ficando o Estado com 39% do capital, ontem tomada no Conselho de Ministros. Paulo Portas acrescentou que «isso também é outra oportunidade para os postos de trabalho».
O Vice-Primeiro-Ministro, que fez esta declaração no final do Fórum Exportador, em Guimarães, disse também que a gestão privada na TAP torna a companhia «mais livre e menos dependente de direções sindicais que convocam greves inaceitáveis». «Estas direções sindicais fazem estas greves que dão cabo financeiramente de uma companhia, porque acham que alguém pagará a fatura, ou seja, o Estado há-de lá pôr o dinheiro - numa empresa privada não é assim».
Refutando as críticas à privatização da maior parte do capital da empresa, Paulo Portas afirmou que «se alguém tiver 1092 milhões de euros, que é o valor da dívida, e se alguém me conseguir resolver o problema dos mais de 500 milhões de euros de capitais próprios negativos, sem capital privado, faça o favor de apresentar a solução».
O Vice-Primeiro-Ministro rejeitou que a solução passe por o «Estado pôr lá dinheiro», uma vez que «a União Europeia é claríssima quando recusa auxílios de Estado, que depois têm que ser devolvidos». «Só com capital privado, fresco e novo na empresa é que nós a viabilizamos. E a viabilidade da TAP é essencial para que ela continue a ser estratégica».
Paulo Portas disse ficar bastante descansado com o facto de o consórcio vencedor ter um investidor da América Latina (com 49%) e um investidor português (com 51%), «porque se fosse europeu poderia ter a tentação de deslocalizar os voos; mas sendo sul-americano tem naturalmente a vocação de crescer para a Europa, e eu acho que o hub português - que não é só Lisboa, também é Porto, também é Faro - pode até crescer».