Investimento mineiro, 8 maio 2015
 
2015-05-08 às 16:31

«TEMOS UMA BATALHA INCESSANTE» COM O DESEMPREGO

«Temos uma batalha incessante relativamente à questão do desemprego», que «só será virtuosamente vencida quando conseguirmos que o desemprego chegue pelo menos à média da zona euro e depois baixe dos dois dígitos», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro na visita às minas de Aljustrel. Paulo Portas acrescentou que este é «um caminho incessante que temos de fazer com investimentos, porque para criar emprego é preciso ter políticas que atraiam emprego».

O Vice-Primeiro-Ministro discursava na visita à zona industrial e ao interior das minas de Aljustrel, tendo dado parabéns à empresa concessionária das minas (Almina), pelo investimento nacional num projeto com internacionalização, inovação e «criação massiva de postos de trabalho», virado para a exportação: «É disto que nós precisamos para que o País ande para a frente».

A Almina fez um investimento de 104 milhões de euros, que criou 230 postos de trabalho (embora o objectivo no contrato de investimento fosse de 47), modernizou as instalações de exploração, processamento e beneficiação de minério, incluindo um novo laboratório de melhoria do produto final, que permite que a empresa deixe de precisar de contratar este serviço externamente.

Na sequência deste investimento, concluído no ano passado, a empresa prevê atingir em 2015 um volume de produção de 2,3 milhões de toneladas de minério (mais 300 mil toneladas do que em 2013 e o dobro do registado em 2012). 

A faturação prevista para este ano é de perto de 125 milhões de euros, mais 20 milhões de euros do que em 2014. A empresa tem atualmente mais de 607 trabalhadores, quase o dobro do número de 2011, bem como 200 postos de trabalho a tempo inteiro nas instalações da empresa, de empresas subcontratadas.

Está em curso um investimento de 45 milhões de euros, com criação de 20 novos postos de trabalho, para aquisição de nova maquinaria, que vai aumentar a capacidade de produção e reforçar a componente ambiental.

O Vice-Primeiro-Ministro recordou que a taxa de desemprego em Portugal atingiu os 17,7% - «um número muito perigoso» -, mas baixou, no último mês, para 13,5%: «Prefiro ter a curva do desemprego a descer do que fazer parte daqueles países que têm a curva do desemprego estagnada ou a subir», acrescentou.

Paulo Portas disse também que Portugal vai «crescer, nos próximos anos, claramente acima dos 2%», mas para sustentar este crescimento precisa de conseguir, «ao mesmo tempo, três coisas: moderação fiscal, criação de emprego e serviço da dívida e isso só se faz com um crescimento sólido e sustentado».

«Os melhores dias, face ao passado, já cá estão, e melhores dias virão», disse ainda o Vice-Primeiro-Ministro, acrescentando que Portugal «tem hoje uma economia melhor, vai a caminho de um cenário macroeconómico bem mais positivo», mas «precisa absolutamente de investimento nacional e estrangeiro».

Paulo Portas assinalou ainda que «não estamos numa situação ideal», uma vez que «à nossa volta, a zona Euro ainda é muito anémica, mas não deixa de ser um sinal dos tempos que três dos países que vão crescer mais em 2015 sejam, precisamente, os países que fizeram reformas, Portugal, Irlanda e Espanha». Estes três países «têm níveis de crescimento económico superiores a muitos outros países da União Europeia e claramente entre os países que crescem mais na zona euro».

Recordando que Portugal tem os melhores indicadores de confiança económica desde 2002, relativamente aos consumidores, e desde 2008, relativamente a empresários, Paulo Portas afirmou que isto «significa que há um momento de confiança». Do mesmo modo, para os 400 milhões de euros de fundos para comparticipar investimentos com inovação e qualificação do programa Compete, «apareceram candidaturas de empresas no valor de 1700 milhões de euros».

Isto significa «que  há muitas empresas portuguesas que estão a pensar se vão investir e que vão investir, e esse é o melhor sinal positivo que podemos ter para a nossa economia», pois «nenhum país em crise de confiança regista esta procura do ponto de vista do investimento».

Tags: desemprego, investimento, indústria, minas, emprego
   

 

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