«Em nome de Portugal, do Estado português, e sobretudo do povo português, transmiti ao senhor Presidente da República a nossa amizade, a nossa solidariedade, e a nossa confiança», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro após ter sido recebido pelo Presidente da República da Tunísia, Beji Caid Essebsi, em Tunes, durante uma visita oficial de dois dias. Paulo Portas referia-se aos atentados que, na semana passada, provocaram 21 mortos.
O Vice Primeiro-Ministro sublinhou que «o terrorismo é injustificável: não há justificação para aqueles que tiram vidas inocentes. A via para exprimir opiniões políticas é a liberdade e a democracia, não é o terror nem a violência. Enquanto europeus e enquanto portugueses sentimo-nos muito próximos da Tunísia, precisamente e sobretudo neste momento», sendo Portugal «um país que valoriza a tolerância religiosa» e «condena sem ambiguidades o terrorismo e o fundamentalismo».
No começo da sua visita Paulo Portas destacou que «o atentado terrorista chocou o mundo e visou atingir a Tunísia no coração da sua economia que é o turismo», acrescentando a sua certeza de que «a Tunísia saberá superar» este momento difícil.
O Vice-Primeiro-Ministro sublinhou que «as autoridades tunisinas se empenharam muito nesta visita ao nível político e económico» e, «para Portugal, também é importante marcar a sua posição, agora que a Tunísia tem um novo Governo, novas instituições e um novo começo», depois do período de reorganização do Estado que se seguiu à revolução de 2010-2011.
Paulo Portas afirmou que «quisemos vir e estar presentes, precisamente e ainda mais neste momento, e a minha tarefa e a do Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, consiste em reforçar as relações comerciais e de investimento entre os dois países: podemos fazer melhor, vamos fazer melhor».
O Vice-Primeiro-Ministro também exprimiu confiança no sucesso do processo de transição para a democracia na Tunísia, recordou que o país tem uma nova Constituição e novos dirigentes: «A recuperação da economia tunisina, a confiança no crescimento, o crescimento pelo emprego, isto é muito importante para estabelecer um sentimento de justiça social e um sentimento de esperança económica no vosso país, belo, democrático, tolerante e acolhedor».
Paulo Portas foi acompanhado por uma missão empresarial de duas dezenas de empresas, «muito seletiva precisamente porque a Tunísia está a dar os seus primeiros passos na estabilização política, na alternância entre governos e na tentativa de recuperar economicamente. Portugal tinha bastantes empresas a trabalhar na Tunísia antes da chamada Primavera Árabe, mas tudo isso ficou em compasso de espera e esta viagem é para retomar os contactos económicos».
A visita incluiu encontros com o Primeiro-Ministro, Habib Essid, e os Ministros dos Negócios Estrangeiros, Taieb Baccouche, do Desenvolvimento Económico, Investimento e Cooperação, Yassine Ibrahim, e da Indústria, Energia e Minas, Zakaria Hamad.