O Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, fez um balanço positivo
da sua visita oficial de três dias ao México, durante a qual
apresentou os benefícios de investir em Portugal aos dirigentes
políticos e empresariais mexicanos e que teve também resultados
concretos para empresas portuguesas, pela assinatura de contratos
de encomendas no valor de três mil milhões de euros e a abertura de
perspetivas para aumentar as exportações, nomeadamente de produtos
alimentares. Paulo Portas foi acompanhado pelo Ministro da
Economia, António Pires de Lima, e pelo Secretário de Estado da
Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.
A visita destinou-se a «proteger as marcas, os produtos e as
empresas» portuguesas e a promovê-las: «Não quero que nenhuma
empresa portuguesa perca uma obra por falta de apoio político,
porque outros países certamente fá-lo-ão. Se nós não o fizermos
somos parvos», afirmou. «O facto de estarem mais de 50 empresas
nesta missão quer dizer alguma coisa. Os negócios são as empresas
que os fazem, aquilo que é importante é que um Ministro, um
Vice-Primeiro-Ministro, um Primeiro-Ministro, um Presidente da
República, na hora certa, quando os portugueses estão a concorrer
com outros, deem uma palavra a favor dos portugueses», acrescentou
Paulo Portas.
Durante as suas intervenções em cerimónias, conferências
empresariais e reuniões com responsáveis políticos (nomeadamente
com o Presidente da República, Enrique Peña Nieto), o
Vice-Primeiro-Ministro explicou as oportunidades abertas pelo novo
pacote fiscal para o investimento. Portugal «superou a etapa do
resgate» e «merece ser olhado como um destino prioritário de
investimento»: «É fundamental puxarmos pelo investimento porque
isso significa oportunidades para os portugueses» e a visita
destinou-se a fazê-lo com os grupos económicos mexicanos.
«Com esta missão onde estão mais de 50 empresas, não só teremos
oportunidade de ver vários contratos a avançar, como várias
oportunidades de negócio para exportar mais», afirmou no início da
viagem. As empresas incluíam-se em setores como tecnologias de
informação, moldes, energia, engenharia, banca, mas também
universidades e portos (entre as quais, WeDo Technologies, JP Sá
Couto, Vortal, EDP Internacional, Efacec, Grupo Lena, OGMA,
Simoldes, Dexprom, Banco BPI, Montepio Investimento, Universidade
Aberta, Universidade do Porto, e Porto de Lisboa).
Foram assinados contratos para construção de um projeto
turístico avaliado em 1500 milhões de dólares nos próximos 10 anos
(Mota-Engil); para estudo e desenvolvimento de de 2000 quartos de
hotel e mais 5000 quartos de habitação residencial em resorts
turísticos, no valor inicial de 400 milhões de dólares
correspondendo a 30% do projeto, que pode ascender a 1,2 mil
milhões de dólares (Teixeira Duarte e Fenatur); para exportação de
computadores para a educação, avaliado em 1,2 mil milhões de
dólares (JP Sá Couto); para cooperação industrial em equipamentos
de média e alta tensão, equipamentos e redes de energia, energias
renováveis e mobilidade elétrica (Efacec); para compra de 50% de
uma fábrica de injeção de plástico para o sector automóvel e venda
e assistência na área dos moldes produzidos em Portugal, no valor
de 10 milhões de euros (GLN); para uma parceria estratégica na área
das redes inteligentes, eficiência energética e balanço energético
a desenvolver ao longo da próxima década, e ainda valor definido
(Janz).
O Vice-Primeiro-Ministro referiu a importância da presença das
empresas, nomeadamente de engenharia e construção, nos mercados
externos, que lhes permite manter milhares de postos de trabalho em
Portugal, destacando que os expatriados portugueses que trabalham
nestes projetos «deixam ficar bem Portugal em muitas obras, em
muitos países».
Paulo Portas insistiu também nas reformas feitas nos últimos
anos - «não é um tema de direita ou de esquerda, é um tema
pragmático», disse - e na nova atitude de Portugal após o final do
Programa de Assistência, passados os «dias muito difíceis»:
«Conhecem o português mais universal, mais genial dos tempos
modernos, que se chama Cristiano Ronaldo? Conhecem a sua atitude? A
derrota é uma coisa provisória, empate não chega».
«Há muitas relações económicas e comerciais que estão a dar
certo para Portugal e a que temos com o México é sem dúvida uma
delas», afirmou também Paulo Portas, acrescentando que «podemos
fazer mais, podemos fazer melhor, e temos oportunidades para
tanto».
O México é a 14.ª maior economia mundial, e no ano passado as
exportações portuguesas de bens e serviços para este país
aumentaram 2,4%, para 217,3 milhões de euros. O saldo da balança
comercial foi favorável a Portugal em 147,3%.