Visita oficial ao México, 27-29 outubro 2014
 
2014-10-30 às 09:12

APOIO POLÍTICO DO GOVERNO É IMPORTANTE PARA ASSEGURAR CONTRATOS A EMPRESAS NO ESTRANGEIRO

O Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, fez um balanço positivo da sua visita oficial de três dias ao México, durante a qual apresentou os benefícios de investir em Portugal aos dirigentes políticos e empresariais mexicanos e que teve também resultados concretos para empresas portuguesas, pela assinatura de contratos de encomendas no valor de três mil milhões de euros e a abertura de perspetivas para aumentar as exportações, nomeadamente de produtos alimentares. Paulo Portas foi acompanhado pelo Ministro da Economia, António Pires de Lima, e pelo Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves.

A visita destinou-se a «proteger as marcas, os produtos e as empresas» portuguesas e a promovê-las: «Não quero que nenhuma empresa portuguesa perca uma obra por falta de apoio político, porque outros países certamente fá-lo-ão. Se nós não o fizermos somos parvos», afirmou. «O facto de estarem mais de 50 empresas nesta missão quer dizer alguma coisa. Os negócios são as empresas que os fazem, aquilo que é importante é que um Ministro, um Vice-Primeiro-Ministro, um Primeiro-Ministro, um Presidente da República, na hora certa, quando os portugueses estão a concorrer com outros, deem uma palavra a favor dos portugueses», acrescentou Paulo Portas.

Durante as suas intervenções em cerimónias, conferências empresariais e reuniões com responsáveis políticos (nomeadamente com o Presidente da República, Enrique Peña Nieto), o Vice-Primeiro-Ministro explicou as oportunidades abertas pelo novo pacote fiscal para o investimento. Portugal «superou a etapa do resgate» e «merece ser olhado como um destino prioritário de investimento»: «É fundamental puxarmos pelo investimento porque isso significa oportunidades para os portugueses» e a visita destinou-se a fazê-lo com os grupos económicos mexicanos.

«Com esta missão onde estão mais de 50 empresas, não só teremos oportunidade de ver vários contratos a avançar, como várias oportunidades de negócio para exportar mais», afirmou no início da viagem. As empresas incluíam-se em setores como tecnologias de informação, moldes, energia, engenharia, banca, mas também universidades e portos (entre as quais, WeDo Technologies, JP Sá Couto, Vortal, EDP Internacional, Efacec, Grupo Lena, OGMA, Simoldes, Dexprom, Banco BPI, Montepio Investimento, Universidade Aberta, Universidade do Porto, e Porto de Lisboa).

Foram assinados contratos para construção de um projeto turístico avaliado em 1500 milhões de dólares nos próximos 10 anos (Mota-Engil); para estudo e desenvolvimento de de 2000 quartos de hotel e mais 5000 quartos de habitação residencial em resorts turísticos, no valor inicial de 400 milhões de dólares correspondendo a 30% do projeto, que pode ascender a 1,2 mil milhões de dólares (Teixeira Duarte e Fenatur); para exportação de computadores para a educação, avaliado em 1,2 mil milhões de dólares (JP Sá Couto); para cooperação industrial em equipamentos de média e alta tensão, equipamentos e redes de energia, energias renováveis e mobilidade elétrica (Efacec); para compra de 50% de uma fábrica de injeção de plástico para o sector automóvel e venda e assistência na área dos moldes produzidos em Portugal, no valor de 10 milhões de euros (GLN); para uma parceria estratégica na área das redes inteligentes, eficiência energética e balanço energético a desenvolver ao longo da próxima década, e ainda valor definido (Janz).

O Vice-Primeiro-Ministro referiu a importância da presença das empresas, nomeadamente de engenharia e construção, nos mercados externos, que lhes permite manter milhares de postos de trabalho em Portugal, destacando que os expatriados portugueses que trabalham nestes projetos «deixam ficar bem Portugal em muitas obras, em muitos países».

Paulo Portas insistiu também nas reformas feitas nos últimos anos - «não é um tema de direita ou de esquerda, é um tema pragmático», disse - e na nova atitude de Portugal após o final do Programa de Assistência, passados os «dias muito difíceis»: «Conhecem o português mais universal, mais genial dos tempos modernos, que se chama Cristiano Ronaldo? Conhecem a sua atitude? A derrota é uma coisa provisória, empate não chega».

«Há muitas relações económicas e comerciais que estão a dar certo para Portugal e a que temos com o México é sem dúvida uma delas», afirmou também Paulo Portas, acrescentando que «podemos fazer mais, podemos fazer melhor, e temos oportunidades para tanto».

O México é a 14.ª maior economia mundial, e no ano passado as exportações portuguesas de bens e serviços para este país aumentaram 2,4%, para 217,3 milhões de euros. O saldo da balança comercial foi favorável a Portugal em 147,3%.

Tags: exportação, emprego, investimento, diplomacia económica
   

 

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