O Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, apelou às empresas
portuguesas para que aproveitem o ano e meio que falta para a
entrada em vigor do acordo de comércio entre a União Europeia e o
Canadá: «devem preparar-se, encontrar importadores, fazer
parceiras» para exportar produtos de grande qualidade sem pagar
direitos à entrada no mercado do Canadá que tem tido um
«crescimento exponencial» para Portugal.
O Vice-Primeiro-Ministro falava em Otava, Canadá, durante uma
vista de dois dias, na qual foi acompanhado pela Ministra da
Agricultura e Mar, Assunção Cristas, e pelos Secretários de Estado
da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, e do
Mar, Manuel Pinto de Abreu, e por 25 empresas de diversas
áreas como as tecnologias de informação e saúde, bens de consumo,
agroalimentar e engenharia. A visita teve como objetivo de
estimular o desenvolvimento de parcerias empresariais para aumentar
as exportações portuguesas.
O Acordo Económico e Comercial
Global entre a UE e o Canadá, assinado em outubro de 2013, vai
«remover cerca de 98% das barreiras pautais». Presentemente, «o
vinho, o mobiliário, o calçado ou os têxteis portugueses quando
exportam para o Canadá pagam direitos de entrada que podem estar
acima dos 10% ou atingir muito mais do que isso. Este acordo vai
remover essas barreiras, havendo menos entraves na entrada» dos
produtos e serviços.
«O Canadá é um país muito importante para as exportações
portuguesas. Trata-se do segundo maior país do mundo em área, é a
décima primeira economia global, tem o rendimento per capita cerca
de 50 mil dólares [35 mil euros] por habitante, o que significa
mais do dobro do rendimento per capita português». Ou seja, é «uma
sociedade próspera que tem poder de compra para adquirir produtos e
marcas portugueses».
«Este mercado é tão grande, e em certo sentido tão rico, que
pode ser uma boa aposta para as empresas e marcas e produtos
portugueses», afirmou Paulo Portas que recordou que as exportações
portuguesas para o Canadá cresceram, «nos últimos quatro anos,
cerca de 45%», com o vinho a representar cerca de 20% destas
exportações.
O Vice-Primeiro-Ministro deseja que as trocas comerciais com o
Canadá ultrapassem os 400 milhões de euros em 2014 (em 2013 foi de
395 milhões), o que é possível porque no primeiro semestre se
registou um crescimento de 6%.
Paulo Portas manteve 15 reuniões com autoridades canadianas,
incluíndo os Ministros federais do Comércio Internacional (Edward
Fast), e da Indústria (James Moore), e o Ministro das Finanças do
Ontário, Charles Sousa.
Existem no Canadá cerca de 550 mil portugueses e
lusodescendentes, estando a grande maioria localizada na província
do Ontário. Atualmente, há mais de mil empresas portuguesas a
trabalhar com o mercado canadiano.