O Vice-Primeiro-Ministro anunciou que a China publicou «a
certificação de 31 empresas portuguesas que estarão, a partir de
agora, em condições de exportar leite e laticínios para o mercado
chinês». Paulo Portas referiu que esta decisão, publicada na semana
passada «constitui uma grande oportunidade», e acrescentou que
«outras negociações no âmbito agroalimentar vão a bom ritmo». A
China levantou as barreira fitossanitárias à importação de
laticínios portugueses após um longo processo negocial que terminou
há 14 meses.
O Vice-Primeiro-Ministro reuniu-se com o Presidente da República
Popular da China, Xi Jinping, durante uma escala deste na ilha
Terceira, nos Açores, tendo abordado temas internacionais «e também
matérias da nossa relação bilateral, com especial enfoque para o
reforço da nossa cooperação económica».
Numa declaração à imprensa, Paulo Portas apontou o crescimento
das exportações portuguesas para a China, que passaram «de 220
milhões de euros, em 2009, para 660 milhões de euros, em 2013»,
sendo que «no primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi ainda
mais espetacular» e lembrou que a China «tem feito investimentos
vultuosos em Portugal», como os do setor energético, que
ultrapassam os 15 mil milhões de euros.
«Manifestámos o nosso empenho em conseguir abrir o mercado
chinês, certamente entre os maiores do mundo, a mais empresas,
marcas e produtos portugueses, e a nossa abertura ao investimento
estrangeiro, porque sem investimento não há crescimento e sem
crescimento não há criação de emprego», bem como a importância de
se estabelecer uma ligação aérea direta entre a China e Portugal,
que poderia ter uma «enorme valia para o turismo e para os
negócios».
O Vice-Primeiro-Ministro referiu também a «cooperação com a
China no âmbito da economia do mar», tendo informado o Presidente
chinês sobre «a significativa conferência internacional sobre o mar
e os oceanos» que Portugal vai organizar em 2015.
Paulo Portas referiu ao Presidente Xi Jiping o fim do programa
de assistência financeira e o «regresso do crescimento económico»,
destacando que «a República Popular da China valoriza o papel da
lusofonia no século XXI, bem como a experiência muito importante de
Portugal, não apenas no contexto europeu, mas também no
estabelecimento de pontes e de compromissos e de cooperações entre
a Europa, África, América Latina e Ásia».
«Portugal é um dos poucos países membros da União Europeia que
dispõe de uma parceria estratégica com a República Popular da
China», referiu o Vice-Primeiro-Ministro, acrescentando que «a
intensidade e a frequência das visitas de Chefes de Estado e de
governantes dos dois países confirma essa maturidade do nosso
relacionamento».