O Vice-Primeiro-Ministro afirmou que «Portugal é hoje um país
mais livre do que há um ano» e que «economicamente, politicamente e
socialmente os portugueses podem ter mais esperança». Estas
declarações foram proferidas durante a sua intervenção no
encerramento do debate do estado da Nação. Paulo Portas dissera
antes que o que era importante saber neste debate era se «hoje
estamos igual, melhor ou pior» do que há um ano, acrescentando que
«a resposta é clara».
O Vice-Primeiro-Ministro referiu que o sucesso do programa de
ajustamento não foi um «acontecimento trivial», sendo resultado do
sofrimento e das restrições dos portugueses: «Foi tão excecional o
momento que vivemos que só pode chamar-se extraordinário o esforço
dos nossos concidadãos».
«Este é, portanto, o primeiro debate estado da Nação desta
legislatura sem a troika», realçou, mas houve também outros
desenvolvimentos positivos depois do «caminho das pedras feito
pelos portugueses», e em resultado das reformas estruturais.
Afirmando que «já não estamos em recessão técnica» e referindo
vários dados económicos (melhorias no emprego, défice, exportações
e sentimento de confiança), Paulo Portas sublinhou que o País
melhorou: «A economia portuguesa beneficiou das reformas feitas,
recuperou a confiança e caminhou para melhor», mas «esta mudança
não foi um acontecimento trivial», tendo sido um «esforço
extraordinário dos nossos concidadãos». «Espanta-me que nalguns
partidos da oposição se neguem estes factos», acrescentou.
Depois de tudo isto, «tudo ficará igual?» perguntou, respondendo
com o aumento do salário mínimo - «é possível melhorar o salário
mínimo nacional; há um ano não era» -, a reposição de 20% anual dos
salários dos funcionários públicos e a diminuição da contribuição
sobre as pensões acima de 1000 euros. «Vale mais um pássaro na mão
que dois a voar, como diz o nosso povo», citou o
Vice-Primeiro-Ministro, acrescentando que estamos «num caminho
gradual, mas seguro», «o razoável, depois de tanta exceção».
Paulo Portas afirmou que quem propôs a reestruturação e a
renegociação da dívida estava errado e que os resultados dessas
políticas teriam sido mais dolorosos: «Ninguém tem o monopólio da
razão e mal de quem o tenha. Mas se Portugal tivesse seguido por
esses caminhos aventureiros, ou a troika ainda cá estava ou
Portugal já não estava no caminho do euro».