«O que nos une é mais importante do que aquilo que,
conjunturalmente, nos pode separar», afirmou o
Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas acerca do modelo alemão de
relações entre empregadores e trabalhadores, durante a conferência
«60 anos de Conectividade», organizada pela Câmara de Comércio Luso
Alemã, no âmbito da visita do Presidente da República Federal
Alemã, Joachim Gauck, a Portugal.
O Vice-Primeiro-Ministro referiu a sua simpatia pelo modelo
alemão de convivência entre sindicatos e patronato, afirmando que
«uma boa negociação entre trabalhadores e empregadores vale mais do
que 10 mil manifestações», e que é necessário espírito de
compromisso.
Paulo Portas referiu também a atitude reformista existente na
Alemanha para manter a competitividade internacional, atitude que
atravessa diferentes governos.
O Vice-Primeiro-Ministro sublinhou a importância da Alemanha
enquanto parceiro social, uma vez que o país ocupa o segundo lugar
nas relações comerciais de Portugal (depois da Espanha), afirmando
a necessidade de mais investimento alemão para dar sustentabilidade
ao crescimento português.
Paulo Portas aconselhou os potenciais investidores alemães a
falar com as empresas alemãs que já se encontram no País, pois
serão essas que melhor poderão explicar as vantagens de investir em
Portugal.
Referiu também a reforma do IRC que nos próximos quatro anos irá
motivar a redução progressiva mas sustentada dos impostos
empresariais, afirmando «ser interessante investir em Portugal
quando os impostos sobre as empresas começam a descer».
Apontou ainda a alteração do modelo das relações laborais, a
simplificação dos licenciamentos, que minimizam os custos de
contexto, os benefícios fiscais que podem chegar a 30% do valor do
investimento promovido pela AICEP, uma boa rede de internet e bons
recursos humanos.
O Vice-Primeiro-Ministro elogiou igualmente o esforço dos
portugueses na redução do défice orçamental e disse que os sinais
da economia real são cada vez melhores, dando como exemplo os
índices de conjuntura económica e os indicadores de propensão à
actividade económica, que atingiram máximos dos últimos 14 anos, e
a taxa de desemprego, que «está a descer lentamente mas
consistentemente».
Paulo Portas referiu o aumento do peso das exportações do PIB
que, entre 2010 e 2014, passaram de 28% para 41%, acrescentando que
«há um ano por cada empresa que abria fechavam duas; agora por cada
uma que fecha abrem duas».