Em 2014 «pela primeira vez, a consolidação orçamental, ou seja,
termos finanças mais equilibradas, vai poder ter a ajuda do
crescimento económico. É uma ajuda virtuosa», afirmou o
Vice-Primeiro-Ministro na inauguração do novo Parque de Exposições
Capital do Móvel, em Paços de Ferreira. Paulo Portas acrescentou
que a consolidação orçamental por via do crescimento é positiva
porque, «se a economia cresce, ela gera mais emprego e, por outro
lado, gera também mais receita, por boas razões, porque a economia
está a dinamizar-se». «Este é um ponto positivo para a sociedade
portuguesa, que não aconteceu em 2013, em 2012 e em
2011».
O Vice-Primeiro-Ministro referiu-se também aos indicadores do
INE sobre a pobreza divulgados esta semana, apontando como
preocupante o desemprego, que em 2012 «foi muito alto», mas que
«começou felizmente a descer», acrescentando que «ainda tem de
descer substancialmente mais».
Paulo Portas declarou que «a pobreza nos mais velhos, com mais
de 65 anos, que são mais pobres, desceu 3,1%», é um ponto positivo
que ocorreu porque «este Governo, apesar da troika, apesar do
resgate, decidiu aumentar as pensões mínimas sociais e rurais».
O Vice-Primeiro-Ministro referiu-se também ao aumento das
exportações, afirmando que «as nossas empresas tornaram-se mais
competitivas perante a adversidade». Citando previsões que apontam
para que a taxa de crescimento das exportações se situe acima de 5%
em 2014, depois de no ano passado terem crescido 6,1%, o que
equivaleu a 40,6% do que se produz em Portugal, e passando a
representar a segunda maior componente do PIB português, depois do
consumo privado (64,5%), sublinhou que «a economia portuguesa tem
nas exportações um sinal de esperança que não é ignorável nem
discutível».
Paulo Portas recordou que, em pouco mais de quatro anos, as
exportações portuguesas passaram de 28% para mais de 41% do Produto
Interno Bruto. «Se continuarmos com este ritmo, as exportações
poderão ultrapassar 50% do produto dentro de alguns anos e isso é
uma proeza extraordinária das empresas».
O Vice-Primeiro-Ministro destacou o setor do mobiliário que
aumentou as exportações, em 25 anos, de 10% do negócio para os 80%
atuais: «Isso só se faz com muito esforço, talento, mérito e com
mais de 30 000 colaboradores que, ao lado dos empresários, aqui
fazem um dos setores portugueses exportadores mais competitivos».
«Quero prestar uma homenagem a este extraordinário caminho de
apenas 25 anos», afirmou.
Em 2013 «o setor do mobiliário português cresceu cerca de 10%
nas suas exportações», porque «os empresários tiveram a agilidade,
o sentido de risco e a ambição de conseguirem vender o que sabem
produzir, desenhar e criar». E conseguiram fazê-lo «não apenas nos
países europeus tradicionais, onde havia muita recessão ou
estagnação, mas também em mercados emergentes, onde o crescimento
económico é maior».
«Este crescimento surpreenderá talvez alguns teóricos, mas não
os empresários. É fruto da capacidade que os portugueses têm de
vender lá fora em mercados que antes não conheciam, adaptar-se a
novas circunstâncias e conseguir vencer», frisou Paulo Portas.
É ainda necessário «conseguir garantir que as pequenas e médias
empresas que têm mais dificuldades na promoção internacional o
conseguem fazer», para o que o Governo está a trabalhar para
«estabelecer uma aliança entre as agências públicas que apoiam a
internacionalização, as associações empresariais que dão escala à
nossa representação no exterior e as empresas que fazem o
crescimento e o emprego».
«De cada vez que Portugal ganha quota de mercado nas
exportações, não vence apenas no mercado externo, protege os postos
de trabalho na sua retaguarda», afirmou o
Vice-Primeiro-Ministro.