O ritmo de investimento associado aos vistos gold duplicou no
início do ano, de acordo com os últimos dados disponíveis. O
investimento recebido por Portugal ascendeu a 108 milhões de euros
entre janeiro e final de fevereiro, uma média mensal rondando os 54
milhões de euros.
Este valor representa mais do dobro da média mensal de 25
milhões de euros do ano passado. A meta definida para este ano é de
mais de 500 milhões de euros, o que significará «um aumento de
investimento neste programa de cerca de 70% do primeiro ano para o
segundo», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas.
Paulo Portas referiu que a evolução mais recente deste
instrumento de captação de investimento mostra dois efeitos: o
primeiro, uma «diversificação na localização dos interesses
imobiliários», uma vez que os vistos «começaram por aplicar-se a
áreas de Lisboa», mas «agora há interesse por outras zonas ou
cidades»; o segundo, «há agora mais contactos para investimentos,
não apenas na compra de ativos imobiliários e turísticos, mas
também para a construção», o que representa «um sinal de maior
confiança em Portugal».
A atribuição de vistos gold é feita mediante três requisitos:
aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil
euros, a transferência de capitais no montante igual ou acima de um
milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10 postos de
trabalho.
O Vice-Primeiro-Ministro explicou que no caso dos vistos gold, o
efeito de criação de emprego «mede-se, sobretudo, através do
estímulo ao imobiliário e da ajuda ao setor do turismo. Uma coisa e
a outra dinamizam oportunidades de trabalho».
Paulo Portas destacou o «impacto francamente positivo na
dinamização do mercado imobiliário que estava em situação muito
crítica», acrescentando que, segundo alguns estudos técnicos, «este
instrumento contribuiu em 2013 para aumentar em mais de 40% as
transações no sector», num momento em que este se encontrava num
ciclo negativo: «os vistos gold ajudam a economia e logo a criação
de emprego no País».
Quanto à parte de investimentos no turismo, através dos vistos
gold, «isso tanto acontece através da oportunidade de compra
imobiliária como da faculdade de transferência de ativos», pelo
que, «ao ajudar no crescimento do turismo - por exemplo,
transformando sociedades ou unidades hoteleiras - estamos a dar um
impulso à economia».
Portugal concedeu 471 vistos gold para captação de investimento
em 2013, 440 dos quais por aquisição de imóveis e os restantes por
transferência de capitais, representando um ingresso de 306,7
milhões de euros. Nos primeiros dois meses de 2014 já foram
concedidos 208 vistos gold representando 108 milhões de euros, uma
média de 54 milhões euros mensais, o que permitirá superar os 500
milhões de euros, caso este ritmo se mantenha.