Programa de Assistência, 28 fevereiro 2014
 
2014-02-28 às 19:37

ECONOMIA PODERÁ CRESCER 1,2% EM 2014 DEVIDO AO AUMENTO DO INVESTIMENTO E DAS EXPORTAÇÕES

O «crescimento económico mais forte, que é liderado pelo investimento e pelas exportações,» e o facto de «Portugal ter abandonado a recessão técnica, tendo tido 3 trimestres de crescimento económico positivo, até superior à média da zona euro», levaram o Governo e a troika UE-BCE-FMI a fazer uma nova estimativa para o cenário macroeconómica para 2014, afirmou o Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas numa conferência de imprensa em que fez o balanço da 11.ª avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira.

Sublinhando que se trata de uma estimativa «refletindo a informação que temos, com prudência e realismo», o Vice-Primeiro-Ministro referiu que é previsível que o crescimento económico seja de 1,2% («bastante melhor do que os 0,8% anteriormente previstos»), que o desemprego seja de 15,7% (a previsão anterior era de 16,8%), que as exportações mantenham um crescimento de 5,5%, e que o investimento «deverá passar de um indicador negativo de -6,5% para um indicador positivo de + 3%».

Acerca da previsão do aumento do investimento, Paulo Portas referiu que «as previsões e os indicadores, incluindo do índice de confiança dos agentes económicos, apontam para uma recuperação lenta», recordando que «partimos de um ponto muito fraco e baixo». A Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou que «a revisão do investimento decorre dos resultados significativamente melhores do ano passado».

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou que a «competitividade em termos de atração de investimento» aumentou porque «Portugal fez reformas estruturais importantes e isso tornou Portugal mais atrativo para o investimento», porque «se aproxima o fim do programa e Portugal recomeçou a ser capaz de emitir dívida em condições mais favoráveis», porque há sinais de recuperação económica, e porque «em 2014 começa a ter impacto a reforma do IRC».

Acerca da previsão de aumento das exportações «que subiram de 28% para 41% do PIB», o Vice-Primeiro-Ministro destacou que «o ponto de partida do crescimento das exportações é muito mais alto do que nos anos anteriores porque Portugal teve recordes de exportações em 2012 e 2013».

Paulo Portas referiu que «a 11.ª avaliação - «que era essencialmente de monitorização» - terminou de forma positiva», acrescentando que «Portugal superou 11 avaliações numa situação muito difícil» e hoje «estamos a aproximar-nos da conclusão do programa dando sinais de regresso aos mercados».

Entre as conclusões da avaliação está a reafirmação «dos compromissos orçamentais para 2014 e 2015, com a importância que têm para credibilidade do País»; o reconhecimento pela troika do «trabalho já feito do ponto de vista da transformação do nosso enquadramento jurídico e económico e social para termos um País mais competitivo», no que toca  à monitorização da agenda de reformas estruturais.

O Governo e a troika discutiram também os mercados da energia e do trabalho: «o Governo apresentará medidas para redução do custos da energia até à próxima avaliação» e «manteve a sua posição de que o ajustamento salarial no País já foi realizado», pois, «se as empresas estão a absorver desemprego e a exportar, é porque o ajustamento salarial já foi feito», tendo reafirmado que o modelo que pretende para Portugal assenta em bons salários. Concluiu-se que será necessário dinamizar a contratação coletiva e proceder ao «ajustamento de critérios de representatividade na extensão dos instrumentos de contratação coletiva».

A troika «registou sucesso das emissões de dívida» que Portugal tem feito, referiu ainda Paulo Portas.

A Ministra de Estado e das Finanças afirmou que «medidas para o próximo ano de 2015 serão apresentadas no Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018» e «discutidas com os partidos do arco da governação» e na última avaliação do programa. Entre estas medidas estão a revisão do sistema de remunerações e suplementos da função pública.

Conclusões da 11.ª avaliação do programa de assistência económica e financeira Tags: orçamento, economia, programa de assistência económica e financeira, exportação, energia, reformas estruturais, administração pública, crescimento, trabalho, investimento, desemprego
   

 

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