Conferência The Economist, 19 fevereiro 2014
 
2014-02-19 às 14:29

«FIM DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA FINANCEIRA NÃO SIGNIFICA AUTORIZAÇÃO PARA VOLTAR À IRRESPONSABILIDADE»

«O fim do programa de assistência financeira não significa autorização para voltar à irresponsabilidade financeira», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro na conferência The Lisbon Summit, organizada pelo The Economist, em Cascais. Paulo Portas acrescentou que «não podemos nem devemos voltar à irresponsabilidade financeira», porque a situação vivida pelos portugueses nos últimos três anos «é única e foi muito dolorosa», «não é experiência que se deseje repetir».

O Vice-Primeiro-Ministro referiu que Portugal «não pode viver em excecionalidade permanente», sendo necessário «definir o que é a nova normalidade e o que o Estado pode garantir e com que meios». Mas, «quem nos garante que como sociedade não voltaremos a passar por uma experiência como esta? Porque aprendemos as lições», afirmou, acrescentando que é preciso manter a despesa sob controlo e criar «capacidade de entendimento político e diálogo social».

Numa trajetória «muito difícil de ajustamento, foi muito importante o espírito de compromisso social» e «o sentido de compromisso prevaleceu sempre acima do radicalismo», pelo que «os portugueses merecem um final positivo - é importante que haja um caso bem sucedido no sul da Europa».

Entre os vários indicadores positivos da melhoria económica e financeira do País e da transição para um novo ciclo, Paulo Portas destacou «um exemplo gráfico, simples, mas significativo»: «"Há um ano atrás se a Economist fizesse aqui uma conferência, por cada uma empresa que nascia, desapareciam duas, hoje por cada uma que desaparece estão a nascer duas».

«Portugal terminará o ano de forma positiva e um dos desafios principais chama-se investimento. O investimento é que solidifica o crescimento e diminui a fratura social do desemprego», afirmou Paulo Portas que considerou que era difícil convencer os investidores a arriscar num País com um pedido de ajuda externa. Contudo, agora, os atuais indicadores de confiança e de crescimento mostram que é o momento para voltar a investir.

Referindo a reforma do IRC e «o acordo estável» com o principal partido da oposição e parceiros sociais no sentido de que a taxa vá baixando nos próximos anos, garantindo que «Portugal terá uma das melhores taxas da Europa para atrair investimento».

Tags: programa de assistência económica e financeira, finanças, impostos, crescimento, despesa, investimento
   

 

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