«Há uns tempos atrás era simples e frequente ouvir discutir um
segundo resgate. Hoje é indiscutível que Portugal vai terminar o
seu programa e reaver a sua autonomia» afirmou o
Vice-Primeiro-Ministro, em Lisboa. Paulo Portas referiu também que
«há três anos era fácil comparar Portugal e Grécia», mas «hoje o
que se discute é as semelhanças ou diferenças entre Portugal e a
Irlanda».
Paulo Portas foi distinguido com um prémio pelo empenho no
fomento das relações diplomáticas e comerciais entre Portugal e a
América Latina, juntamente com a assessora para as relações
internacionais do Presidente da República, a embaixadora Luísa
Bastos de Almeida, atribuído pelo Instituto para a Promoção e
Desenvolvimento da América Latina (IPDAL).
O Vice-Primeiro-Ministro reafirmou que o «quem tem a
responsabilidade e o mérito dessa redução do défice e da despesa é
o povo português, que aguentou com enorme dignidade e bom senso um
período dificílimo», que está a terminar, como é visível pelos
sinais de mudança e de vitalidade da economia portuguesa.
Paulo Portas recordou as crises vividas pelos países da América
Latina, afirmando que «a América Latina sabe, à sua própria custa,
o que são crises de dívida. São sempre hipotecas sobre gerações
futuras. Por isso, estavam em condições de perceber melhor o que
tinha sucedido no nosso País e a vontade enorme que tínhamos de
superar a crise e reaver o nosso futuro».
O Vice-Primeiro-Ministro destacou ainda as melhorias ocorridas
nas exportações para aquela região: «Nos últimos dois anos, foram
abertos os mercados de 30 novos produtos portugueses em 16 países
latino-americanos e estão em negociação mais 39 para poderem entrar
em mais 12 países. Isto tanto permite exportar cavalos para a
Argentina, bovinos para o Brasil, ovos para a Colômbia, fruta para
o Chile, produtos lácteos para o México e por aí fora, 'en hora
buena, en hora buena'».
E acrescentou que diplomacia económica tem de ser feita de
pragmatismo, e «respeito pela soberania» dos países, sem
ingerências nas políticas ou ideologias internas de cada nação.