Programa de Assistência, 16 dezembro 2013
 
2013-12-16 às 17:28

AVALIAÇÃO POSITIVA PARA CONCLUIR O PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA NA DATA PREVISTA

«A décima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira foi positiva», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, e está a desenvolver-se «em linha com o previsto», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na apresentação das conclusões da ronda de reuniões entre o Governo português e a troika formada pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

Assinalando que faltam apenas duas avaliações, Paulo Portas acrescentou que é intenção do Governo «terminar o programa na data prevista e recuperar a parcela de soberania que nos tem faltado desde 2011», dando «sentido aos esforços que a sociedade portuguesa tem feito para contribuir para a recuperação financeira do País».

A Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, referiu que esta «foi uma missão tranquila em que se verificou que nos três pilares do programa [sustentabilidade das finanças públicas, estabilidade do setor financeiro, e transformação estrutural] os desenvolvimentos estão em linha com o previsto», não tendo havido renegociação de objetivos, pois «não é o momento de rever metas, é o momento de concluir o programa».

A troika «confirmou os primeiros sinais de recuperação da economia portuguesa, que são importantes do ponto de vista do crescimento (mesmo no quadro da zona euro), começam a dar sinais na redução do desemprego, são impressivos do ponto de vista das exportações, e mostram uma pequena alteração ténue no investimento (que é determinante para o crescimento sustentado)», referiu o Vice-Primeiro-Ministro.

«Os sinais ténues tornaram-se sinais coerentes, mas não são garantidos; as exportações vão superar 40% do produto; o crescimento é modesto, mas é melhor do que a recessão», sintetizou Paulo Portas, que destacou «o crescimento exponencial do setor exportador, o que é um indicador de avanço e modernização, pois  há 5 anos as exportações não representavam mais de 28% do produto e hoje o Governo considera que dentro de alguns anos Portugal poderá ter mais de metade do seu PIB no setor exportador». Acrescentou ainda que o ritmo de crescimento das exportações tem-se verificado «quer para os mercados não tradicionais e, desde há algum tempo, com a recuperação europeia, também para os mercados tradicionais». «O número de empresas criadas em 2013 é 16 vezes superior a 2012 e o de falências é sete vezes inferior ao do ano passado», referiu ainda.

O Vice-Primeiro-Ministro disse que a troika considerou que «o objectivo OE 2013 é atingível, como mostram os dados da execução orçamental» - a Ministra de Estado e das Finanças referiu que «todos os objectivo de 2013 se mantêm alcançáveis» - e que «o Orçamento do Estado para 2014 garante os objectivos previstos para esse ano», tendo o Governo explicado as alterações negociadas na discussão na especialidade.

Foi igualmente feita a avaliação das reformas estruturais, tendo sido realçada a importância de «manter o acordo social, umas vez que reformar com acordo social é singularidade positiva de Portugal». O Vice-Primeiro-Ministro sublinhou que «os sinais da economia refletem indicativamente que as reformas feitas - algumas das mais importantes com acordo entre parceiros sociais - estão a cumprir o objetivo de permitir modernização do sistema económico».

Quanto à situação do mercado de trabalho, o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, referiu que «é sempre discutido» e reafirmou que «a política de crescimento do Governo não é uma política de baixos salários, mas de aumento da produtividade, o que foi aceite pela troika», tendo «o Governo transmitido à troika dados que demonstram o ajustamento que já foi feito do lado do privado». O Vice-Primeiro-Ministro referiu que «o ajustamento foi feito, temos condições de competitividade melhores, o desemprego começa a descer, pelo que não são necessárias novas alterações laborais».

Respondendo a perguntas de jornalistas sobre os pedidos de verificação de constitucionalidade de alguns diplomas com influência na execução orçamental, Paulo Portas afirmou que «o Estado não discute por antecipação com uma missão externa assuntos que institucionais internos, como as decisões do Tribunal Constitucional. O Governo cumprirá as determinações do Tribunal Constitucional e cumprirá os acordos com a troika».

Também respondendo a perguntas da imprensa acerca da saída do Programa de Assistência Económica e Financeira, a Ministra de Estado e das Finanças, afirmou que «não temos preferência por saída com programa cautelar ou saída sem programa cautelar». «Há indicação de que o Eurogrupo poderá começar a discutir a estratégia de saída do programa, devendo começar essas conversas em janeiro, se chegarem a começar. Avaliaremos a seu tempo qual é a melhor estratégia, tendo em conta diversos fatores».

«O programa cautelar é um seguro que será utilizado se for necessário, e, como em qualquer seguro, temos de ver qual é o prémio a pagar para o utilizar», referiu Maria Luís Albuquerque.

Conclusões da 10.ª avaliação do programa de assistência económica e financeira
Décima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira - video integral Tags: programa de assistência económica e financeira, economia, emprego, exportação, investimento, empresas, orçamento, reformas estruturais, concertação social, trabalho, competitividade
   

 

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