Emir do Qatar, 3 dezembro 2013
 
2013-12-03 às 17:02

EMIR DO QATAR «QUIS CLARAMENTE COLOCAR PORTUGAL NO RADAR DOS INVESTIMENTOS»

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou que o Emir do Qatar «quis claramente colocar Portugal no radar dos investimentos», devido à criação de uma comissão mista dos dois países que se reunirá em Portugal «já nos próximos meses». Paulo Portas, que se encontra numa visita ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos chefiando uma delegação de 42 empresários, acrescentou que «politicamente também demos um passo bem bom nesta relação com o Qatar».

«Tradicionalmente, Sua Alteza, o Emir recebe Primeiros-Ministros e Presidentes da República e não foi certamente por mim, foi por Portugal que me recebeu, que ele quis claramente colocar Portugal no radar dos investimentos. Isso é muito importante porque o Qatar tem muitos capitais», explicou o Vice-Primeiro-Ministro, que foi recebido pelo Emir, Xeque Tamim Bin Hamad Al Thani. O Emir chamou para a reunião «uma parte do Governo, as autoridades de investimento e sabia os sinais de confiança que Portugal está a dar».

A intenção do Qatar de investir em Portugal foi evidente nas reuniões da delegação portuguesa com o Primeiro-Ministro, o Vice-Primeiro-Ministro, os Ministros das Finanças e Economia e as autoridades de investimento e obras públicas do Qatar, referiu Paulo Portas.

Paulo Portas afirmou ainda que «há confiança suficiente para justificar esse novo passo» nas relações entre Portugal e o Qatar, pelo que «as empresas exportadoras portuguesas devem ter mercados e parcerias abertas» neste país. O Qatar tinha a tradição de investir em países como a França, Espanha, Itália e Inglaterra, mas há indícios de que «as empresas do Qatar se devem interessar no nosso País». Paulo Portas disse não poder «estar mais satisfeito, já que isto é um claro sinal de que o Qatar quer investir em Portugal».

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou também que hoje, devido aos «esforços que os portugueses fizeram e que nos dignificam como povo, é mais simples convencer os investidores a criarem riqueza em Portugal. Essa mensagem tem que ser passada muito depressa e muito intensamente, porque a base do crescimento chama-se investimento».

«Quando Portugal estava em recessão e no período mais duro do protetorado era difícil convencer os investidores. A partir do momento em que estamos muito perto do fim do programa - faltam pouco mais de seis meses - e a economia portuguesa está a dar sinais de vida e de força, isso é muito atrativo para os investidores», frisou.

No primeiro dia da visita, Paulo Portas destacou o contrato que foi assinado pela empresa portuguesa de obras públicas MSF no valor de 280 milhões de euros: «não é todos os dias» que uma empresa portuguesa assina um contrato deste valor «na região do Golfo, onde tradicionalmente estavam empresas francesas, inglesas, espanholas, italianas, chinesas».«Provámos que éramos melhores do que os outros. E atrás deste contrato podem vir outros e atrás de uma empresa podem vir outras empresas portuguesas. É toda uma cadeia de oportunidades que se pode estar aqui a gerar».

O mercado do Qatar estava normalmente mais reservado a outros mercados europeus», pelo que «é muito importante que uma empresa portuguesa» ganhe um contrato no país « e isso pode significar a abertura, mostrando a nossa competência e eficiência, a novas obras e novas oportunidades neste mercado». Este é «certamente o maior contrato alguma vez ganho por uma empresa portuguesa de obras públicas na região do Golfo», «uma das regiões do mundo onde a economia mais cresce».

Recordando que o Qatar vai organizar o mundial de futebol de 2022, há aí «uma oportunidade para as empresas portuguesas», pois «temos experiência relativamente à organização do [Europeu] 2004 e as empresas portuguesas de construção são altamente internacionais. Por outro lado, a engenharia portuguesa está seguramente entre as melhores capacidades técnicas presente em todo o mundo, de modo que é normal que as empresas se tenham interessado por essa missão empresarial».

A delegação empresarial que acompanha o Vice-Primeiro-Ministro inclui empresas do turismo, agroalimentar, farmacêutica, construção e tecnologias de informação. Paulo Portas sublinhou que Portugal pode «exportar muito mais para o Qatar»: «Vamos certamente fazê-lo já no próximo ano».

Tags: exportação, investimento, médio oriente, diplomacia económica
   

 

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