«Esta visita oficial e esta missão empresarial foram muito
positivas», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro no final da viagem à
Rússia. «Avançaram já em concreto negócios de exportação
portuguesas na área do azeite e do vinho», explicou.
Paulo Portas
acrescentou que «de acordo com informações transmitidas pela
Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP),
os contactos das empresas com as suas contrapartes russas em vários
setores significativos - como a energia, as telecomunicações, as
farmacêuticas, os derivados da madeira e as conservas - abriram
oportunidades» de negócio.
Além disto, «foram feitos esforços bastante significativos para
falar com investidores russos no sentido de colocar Portugal no
radar dos investimentos que as suas empresas possam
fazer».
O Vice-Primeiro-Ministro lembrou ainda a reunião da comissão mista,
que «será essencialmente de natureza económica e terá lugar em
Lisboa até final de março de 2014». Nesta altura está também
agendada a visita de uma delegação russa a Portugal. A missão
presidida por Paulo Portas
integrou também o Ministro da Economia, António Pires e Lima, e os
Secretários de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e da
Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e
Brito.
«Estão previstos, em fase de negociação mais avançada, vários
acordos que permitem facilitar as relações económicas entre a
Rússia e Portugal, nomeadamente, na área de transporte aéreo, do
turismo, da energia, das telecomunicações e da cooperação
aduaneira», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, sublinhando que «é
promissor o investimento que o turismo está a fazer no mercado da
Rússia», uma vez que «o número de turistas russos para Portugal
cresceu cerca de 20% e há o objetivo de conseguir aumentar em cerca
de 30 mil os turistas para os próximos anos».
Com esta viagem, «o Governo quis que os russos vissem as
possibilidades de investimento concretas em Portugal»,
realçou.
Em entrevista à agência Lusa, Paulo Portas afirmou ainda que «os
investidores russos abordaram o dossier das privatizações em
Portugal». «É normal que a parte russa se interesse por estas
matérias [das privatizações] e faça perguntas, e que Portugal dê
esclarecimentos», até porque «é sempre bom que haja interesse vindo
de diversas origens e, portanto, nós evidentemente que também
falámos sobre isto».
Paulo Portas referiu também que «é natural que os investidores, de
entre as várias oportunidades que procuram detetar, consultem os
processos de privatizações» até porque «as que foram realizadas no
âmbito do atual Governo excederam a receita que estava prevista
para a totalidade do programa, que ainda não está
completo».
«Há já muitas empresas portuguesas que querem trabalhar no mercado
da Rússia e aqueles mercados com quem a Rússia tem uma união
aduaneira, mas é preciso uma autorização administrativa», explicou
o Vice-Primeiro-Ministro, afirmando que Portugal «fez tudo o que
devia para persuadir as autoridades russas de que as empresas
portuguesas mereciam esta oportunidade».
«Tendo em conta algumas dificuldades na política de vistos entre a
União Europeia e a Rússia, Portugal manifestou a necessidade de
desbloquear, pelo menos, as situações que têm a ver com as
tripulações dos aviões, de modo a garantir um fluxo bastante
regular de transporte aéreo entre os dois países»,
exemplificou.
Paulo Portas reuniu também com responsáveis do Banco VTB,
instituição financeira que tem relações tradicionais de cooperação
com a Caixa Geral de Depósitos, que apoia o investimento e as
exportações. A este propósito, o Vice-Primeiro-Ministro referiu que
«o VTB vai estar presente na comissão mista», a realizar durante o
primeiro trimestre de 2014.
A reiterar o interesse da Rússia no turismo português, o Secretário
de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, afirmou: «Do ponto de
vista institucional, tivemos a presença de vários investidores
interessados nos vistos dourados para efeitos de turismo
residencial e, por isto mesmo, teremos no dia 10 de dezembro, uma
reunião em Moscovo com os principais interessados».
Acrescentando que esta viagem à Rússia se saldou num balanço
positivo, o Secretário de Estado referiu: «Em relação à promoção do
destino Portugal, tivemos a confirmação de duas novas operações das
duas maiores operadoras russas para o Algarve no próximo ano, o que
significa um reforço de cerca de 30 mil turistas que vão entrar em
Portugal vindos da Rússia» o que «é um bom sinal da confiança que
os operadores russos têm no destino Portugal».
Adolfo Mesquita Nunes reuniu com a sua homóloga russa com o
objetivo de serem «reforçados os trabalhos para um acordo aéreo
entre Portugal e Rússia que facilite os voos entre os dois países»,
ou seja «isto significa trabalhar as regras que regem a criação de
novas rotas ou número de rotas em que os dois governos estão a
trabalhar e que é uma matéria importante em termos de
turismo».
Questionado sobre o que pensa a Rússia do mercado português em
termos de turismo, o Secretário de Estado afirmou que «existe a
sensação de que Portugal é um destino que está a surgir com
qualidade superior à dos concorrentes da bacia do Mediterrâneo». E
sublinhou: «É importante registar que o turismo está a ocupar um
lugar importante nas missões económicas que o Ministério da
Economia tem feito no estrangeiro, ou seja, que este setor é
encarado como uma das atividades económicas com maior possibilidade
de crescimento e de investimento estrangeiro».