2013-11-20 às 16:57

RÚSSIA VAI COMPRAR MAIS VINHO E AZEITE E MOSTRA INTERESSE NA ENERGIA, TELECOMUNICAÇÕES, FARMACÊUTICA, MADEIRA E CONSERVAS

«Esta visita oficial e esta missão empresarial foram muito positivas», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro no final da viagem à Rússia. «Avançaram já em concreto negócios de exportação portuguesas na área do azeite e do vinho», explicou.

Paulo Portas acrescentou que «de acordo com informações transmitidas pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), os contactos das empresas com as suas contrapartes russas em vários setores significativos - como a energia, as telecomunicações, as farmacêuticas, os derivados da madeira e as conservas - abriram oportunidades» de negócio.

Além disto, «foram feitos esforços bastante significativos para falar com investidores russos no sentido de colocar Portugal no radar dos investimentos que as suas empresas possam fazer».

O Vice-Primeiro-Ministro lembrou ainda a reunião da comissão mista, que «será essencialmente de natureza económica e terá lugar em Lisboa até final de março de 2014». Nesta altura está também agendada a visita de uma delegação russa a Portugal. A missão presidida por Paulo Portas integrou também o Ministro da Economia, António Pires e Lima, e os Secretários de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, e da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito.

«Estão previstos, em fase de negociação mais avançada, vários acordos que permitem facilitar as relações económicas entre a Rússia e Portugal, nomeadamente, na área de transporte aéreo, do turismo, da energia, das telecomunicações e da cooperação aduaneira», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, sublinhando que «é promissor o investimento que o turismo está a fazer no mercado da Rússia», uma vez que «o número de turistas russos para Portugal cresceu cerca de 20% e há o objetivo de conseguir aumentar em cerca de 30 mil os turistas para os próximos anos».

Com esta viagem, «o Governo quis que os russos vissem as possibilidades de investimento concretas em Portugal», realçou.

Em entrevista à agência Lusa, Paulo Portas afirmou ainda que «os investidores russos abordaram o dossier das privatizações em Portugal». «É normal que a parte russa se interesse por estas matérias [das privatizações] e faça perguntas, e que Portugal dê esclarecimentos», até porque «é sempre bom que haja interesse vindo de diversas origens e, portanto, nós evidentemente que também falámos sobre isto».

Paulo Portas referiu também que «é natural que os investidores, de entre as várias oportunidades que procuram detetar, consultem os processos de privatizações» até porque «as que foram realizadas no âmbito do atual Governo excederam a receita que estava prevista para a totalidade do programa, que ainda não está completo».

«Há já muitas empresas portuguesas que querem trabalhar no mercado da Rússia e aqueles mercados com quem a Rússia tem uma união aduaneira, mas é preciso uma autorização administrativa», explicou o Vice-Primeiro-Ministro, afirmando que Portugal «fez tudo o que devia para persuadir as autoridades russas de que as empresas portuguesas mereciam esta oportunidade».

«Tendo em conta algumas dificuldades na política de vistos entre a União Europeia e a Rússia, Portugal manifestou a necessidade de desbloquear, pelo menos, as situações que têm a ver com as tripulações dos aviões, de modo a garantir um fluxo bastante regular de transporte aéreo entre os dois países», exemplificou.

Paulo Portas reuniu também com responsáveis do Banco VTB, instituição financeira que tem relações tradicionais de cooperação com a Caixa Geral de Depósitos, que apoia o investimento e as exportações. A este propósito, o Vice-Primeiro-Ministro referiu que «o VTB vai estar presente na comissão mista», a realizar durante o primeiro trimestre de 2014.

A reiterar o interesse da Rússia no turismo português, o Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, afirmou: «Do ponto de vista institucional, tivemos a presença de vários investidores interessados nos vistos dourados para efeitos de turismo residencial e, por isto mesmo, teremos no dia 10 de dezembro, uma reunião em Moscovo com os principais interessados».

Acrescentando que esta viagem à Rússia se saldou num balanço positivo, o Secretário de Estado referiu: «Em relação à promoção do destino Portugal, tivemos a confirmação de duas novas operações das duas maiores operadoras russas para o Algarve no próximo ano, o que significa um reforço de cerca de 30 mil turistas que vão entrar em Portugal vindos da Rússia» o que «é um bom sinal da confiança que os operadores russos têm no destino Portugal».

Adolfo Mesquita Nunes reuniu com a sua homóloga russa com o objetivo de serem «reforçados os trabalhos para um acordo aéreo entre Portugal e Rússia que facilite os voos entre os dois países», ou seja «isto significa trabalhar as regras que regem a criação de novas rotas ou número de rotas em que os dois governos estão a trabalhar e que é uma matéria importante em termos de turismo».

Questionado sobre o que pensa a Rússia do mercado português em termos de turismo, o Secretário de Estado afirmou que «existe a sensação de que Portugal é um destino que está a surgir com qualidade superior à dos concorrentes da bacia do Mediterrâneo». E sublinhou: «É importante registar que o turismo está a ocupar um lugar importante nas missões económicas que o Ministério da Economia tem feito no estrangeiro, ou seja, que este setor é encarado como uma das atividades económicas com maior possibilidade de crescimento e de investimento estrangeiro».

Tags: economia, exportação, privatizações, crescimento, cooperação, empresas, investimento, turismo, agroalimentar
   

 

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