«Queremos em 2015 começar a baixar o IRS, que se viu aumentado
nos últimos anos. E isto tem a ver com o rendimento disponível das
famílias», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, num
fórum empresarial, em Madrid.
Referindo que «ainda falta recuperar muito no capítulo do
investimento» o que «obriga a ter um imposto de sociedades [IRC]
mais competitivo para investidores internacionais», o
Vice-Primeiro-Ministro acrescentou: «O Governo gostaria de cortar
10 pontos no IRC, mas não o podemos fazer [...] procuramos um
acordo com o principal partido da oposição para reduzir 2,5% por
ano, nos próximos quatro anos» o que «transformará o imposto de
sociedades num dos mais competitivos da Europa, e isto é um fator
importante para atrair investimento».
Apesar de o Governo querer baixar os impostos, Paulo Portas
lembrou que o acordado com a troika «não permite descidas até ao
final do programa de assistência económica e financeira» pelo que
«queremos, quanto antes, recuperar a soberania do País».
«Estamos a pensar no tema família, em baixar o imposto sobre o
trabalho, o imposto mais pessoal. Mas é necessário que se saiba
que, pelo memorando, não podemos baixar impostos. E por isto é tão
importante cumprir e recuperar a nossa soberania», explicou.
O Vice-Primeiro-Ministro afirmou também que, do ponto de vista
do financiamento, «a situação europeia continua a ser muito injusta
para as empresas, que pagam pelo rating dos países, e não
pelos seus desempenhos». «E é injusto que empresas com magníficos
desempenhos em Portugal ou em Espanha tenham que pagar juros muito
mais altos que outras empresas, talvez com pior desempenho, mas que
estão no norte da Europa».
E concluiu: «É vital que Portugal tenha uma atitude hiperativa,
competitiva e pragmática na captação de investimento externo».