«A China está a internacionalizar-se e, em 2012, 82 milhões de
cidadãos chineses fizeram turismo, mas a Portugal chegaram apenas
umas dezenas de milhar», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo
Portas, acrescentando que «há que trabalhar mais para receber mais
turistas chineses, que - aliás - têm um gasto per capita
interessante».
Estas declarações foram feitas após uma reunião com um dos seus
homólogos chineses, Wang Yang, no âmbito do seminário «No caminho
da internacionalização», em Macau.
Com esta meta, Portugal e a China estão a trabalhar «na
necessidade de ligações diretas mais frequentes entre os nossos
dois países», explicou o Vice-Primeiro-Ministro, acrescentando que
«o instituto do Turismo de Portugal vai ter uma representação
permanente em Pequim a partir de 2014 para promover o País na
China».
Paulo Portas referiu ainda que o futuro representante do Turismo
de Portugal «ficará enquadrado na embaixada portuguesa na China,
com a missão de promover adequadamente o País como destino
turístico».
Mas também no setor agroalimentar se estreitam relações
comerciais, com o Vice-Primeiro-Ministro a afirmar que houve um
«avanço de alguns dossiers importantes para o País poder vender
mais leite e laticínios à China». «Portugal está na reta final do
processo de certificação que permitirá às nossas empresas exportar
para o mercado chinês». A exportação de carne de porco, de arroz e
de fruta são outros produtos agroalimentares que estão em
negociação.
Paulo Portas reuniu-se também com o Ministro chinês do Comércio,
Gao Hucheng, referindo que «as autoridades chinesas saudaram o
facto de que a economia portuguesa dá sinais de estar a sair da
recessão técnica, que durou praticamente mil dias» e «isto é
caminho aberto para um maior crescimento, uma maior redução do
desemprego e uma dinamização das trocas comerciais entre os nossos
países».
Sobre a contribuição extraordinária imposta ao sector
energético, e que afecta a EDP (de que é acionista a empresa
estatal chinesa Três Gargantas), o Vice-Primeiro-Ministro afirmou:
«Portugal nunca aceitaria alterações de natureza contratual ou
regulatória porque o País gosta de honrar a sua palavra e os seus
compromissos».
Contudo, «outra coisa são alterações de natureza fiscal que se
justificam por uma circunstância excepcional, num momento
extraordinário, e onde se tem de pedir mais a quem pode mais para
se ter autoridade para pedir aos demais. Foi isto que aconteceu»,
explicou Paulo Portas, lembrando ainda outra alteração a nível
fiscal que «é boa para todas as empresas, incluindo para as
empresas chinesas que operam em Portugal, que foi a descida do IRC
nos próximos quatro anos».
E concluiu: «A China tem peso no Fundo Monetário Internacional e
sabe a pressão que certas instituições internacionais fazem
relativamente àquilo que em Portugal se chamam as rendas excessivas
no sector energético».