«Há boas razões para considerar que
vamos dar um salto em frente nesta relação, que une uma das grandes
potências mundiais - a República Popular da China - com nações de
vários continentes, com diferentes posições económicas e crescente
importância, e que tem como traço de união a língua portuguesa»,
afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, em entrevista à
agência Lusa, a propósito do fórum Macau, que se realizará nos dias
4 e 5 de novembro.
Sublinhando que a relação que une
Portugal e a China é «singular, específica, e não delegável», o
Vice-Primeiro-Ministro referiu ainda que este encontro «representa
o reconhecimento mútuo, por parte da China e dos países lusófonos,
da importância que uma e outros têm».
«Os países lusófonos entendem que a
China tem níveis de crescimento económico e transformação social
com uma importância crescente nas relações internacionais, enquanto
a importância que o Governo chinês dá a este fórum significa também
o reconhecimento da importância do mundo lusófono», explicou Paulo
Portas, lembrando que «a China não realiza, com esta frequência,
encontros com outro bloco de países».
«A lusofonia é hoje a língua comum,
com vários acentos, de 250 milhões de pessoas, representa mais de
4% da economia mundial, e as trocas comerciais entre a China e o
mundo lusófono aproximaram-se dos 130 mil milhões de dólares, pelo
que há muitas potencialidades e interesses em jogo nesta cooperação
estreita entre chineses e lusófonos», realçou.
O Vice-Primeiro-Ministro
acrescentou também que «o investimento, quer chinês nos países
lusófonos, quer lusófono na China, estimula confiança, a confiança
traduz amizade e a amizade desenvolve um bom clima de
cooperação».
E Portugal pode assumir neste
encontro um lugar de destaque, pois «é membro da União Europeia, é
fundador da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, tem uma
relação muito especial com África e com a América Latina e tem uma
História e uma universalidade que o tornou conhecido no Mundo
inteiro», explicou Paulo Portas.
O Vice-Primeiro-Ministro referiu
também que «todos os países lusófonos têm o seu lugar nesta relação
com a China, pois entre eles há economias emergentes muito fortes,
economias com um sucesso significativo ou potencial em continentes
onde se espera maior desenvolvimento, como África, e há países
asiáticos».
Paulo Portas liderará a
delegação de Portugal ao fórum Macau, numa comitiva que incluirá
ainda o Secretário de Estado da Inovação, Investimento e
Competitividade, Pedro Gonçalves, e representantes dos principais
bancos e empresas do País, que participarão num encontro de
empresários da China e dos países de língua portuguesa.