«Faremos tudo para que, no horizonte previsível das nossas
vidas, esta seja a última vez que Portugal teve de bater à porta
dos credores», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, nas
jornadas parlamentares conjuntas dos partidos que apoiam o Governo
(PSD e CDS-PP), na Assembleia da República.
«Quero assinalar o esforço hercúleo dos portugueses para superar
este ciclo e conseguir, sem ruturas, reaver um bem comum de todos»,
referiu ainda o Vice-Primeiro-Ministro, sublinhando «a «moderação
com que os portugueses souberam enfrentar as dificuldades dos
últimos anos». «Foram anos de chumbo, anos dolorosos, anos de
vexame para Portugal - sobretudo para quem não tem emprego»,
lembrou Paulo Portas.
Sobre o Orçamento do Estado para 2014, o Vice-Primeiro-Ministro
realçou que este é «o primeiro Orçamento com crescimento da
economia, inspirador de um ciclo diferente». «É possível que
Portugal esteja a poucas semanas de saber oficialmente que saiu de
uma recessão técnica que durou mil dias, o que tem uma tradução - a
prazo - na vida das pessoas». «Assim acontecerá se o País
apresentar dois trimestres a crescer sucessivamente, significando a
saída gradual da recessão», explicou.
Paulo Portas alertou também para que «a reforma do Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) deve ser retirada de um
ambiente de crispação política», devendo - Governo e oposição -
«estar abertos a compromissos que permitam a redução gradual desta
taxa» pois «não é possível fazer uma redução acentuada da taxa de
um dia para o outro», explicou.
E concluiu: «A maioria dos portugueses quer que os sacrifícios
valham a pena, por isso não faz sentido desistir agora», sendo
essencial «manter uma negociação atenta com os parceiros
sociais».