Programa de Assistência Económica e Financeira, 3 outubro 2013
 
2013-10-03 às 19:21

PORTUGAL FICA «MUITO MAIS PERTO DO PAÍS QUE TODOS QUEREMOS» COM ENCERRAMENTO DAS 8.ª E 9.ª AVALIAÇÕES

As 8.ª e 9.ª avaliações do Programa de Assistência Económica e Financeira foram positivas, segundo anunciou o Vice-Primeiro-Ministro na apresentação das respetivas conclusões. Paulo Portas afirmou que a passagem destes exames «credibiliza Portugal e é um passo para acabar com a fase a que tenho chamado, pessoalmente, de protectorado».

A Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque - que esteve presente juntametne com o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, - afirmou que estas avaliações positivas representam «uma redução de incerteza que terá já impacto positivo nos mercados».

«Globalmente, com 8.ª e 9.ª avaliação Portugal fica muito mais perto do País que todos queremos, democrático e mais soberano e independente. Ficamos a três avaliações do final do programa de ajustamento e poderemos concluí-lo de forma positiva», afirmou o Vice-Primeiro-Ministro.

Paulo Portas afirmou que em vez de grandes medidas, o Governo «preferiu medidas mais modestas mas com ambição igual, realizando várias pequenas ou médias poupanças», pelo que «de modo nenhum se pode dizer que estamos perante um novo pacote de austeridade». A três avaliações do final do programa, o Governo optou por «responder ao desafio de passarmos a avaliação apresentando uma soma de medidas que é suficiente para cumprir o objetivo».

O Vice-Primeiro-Ministro explicou que estiveram em negociação três questões centrais:

O défice orçamental, «para o qual o Governo propôs a meta de 4,5% do PIB, como já tinha feito na 7.ª avaliação»; contudo, «a troika não reviu a sua posição de abril passado e apenas aceita 4% como limite do défice». «O Governo defendeu o que lhe parece melhor para o o interesse nacional, mas não podemos fechar o acordo sozinhos», uma vez que «não somos independentes dos nossos credores», pelo que o limite do défice fica em 4% para 2013.

A contribuição sobre as reformas (popularizada como TSU dos reformados), que tinha sido incluída na 7.ª avaliação como medida facultativa, foi abandonada: «Agora podemos dizer que a TSU das pensões não avançará, pelo que 80% dos pensionistas, com pensões até aos 420 euros, não verão as suas pensões tocadas». Contudo, isto «não deve ser confundido com a convergência dos sistemas de pensões público (com pensões médias de 1200 euros) e privado (com pensões médias de 420 euros), que se mantém».

As medidas de consolidação orçamental para 2014, centradas na redução da despesa, «ajudam a resolver o problema do défice mas não afetam a economia nem aumentam a fratura social». Entre elas estão, ainda para 2013, o programa de recuperação de dívidas hoje aprovado no Conselho de Ministros; e para 2014 «uma compressão de 0,3% da despesa primária dos ministérios; uma taxa específica sobre rendas dos produtores de energia, a redução de alguns benefícios fiscais dirigidos a fundos».

Quanto a estas medidas, - destinadas a garantir que os objetivos são cumpridos - «o Governo teve especial preferência por opções cuidadosas dos pontos de vista económico e social, ou seja, ao Estado será pedido um maior esforço do que à sociedade, e os que mais têm contribuirão mais do que os que menos têm e do que a classe média». Estas medidas serão apresentadas no Orçamento do estado para o próximo ano.

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou que «um fator que ajudou Portugal nas negociações foi a melhoria do cenário macroeconómico. A economia está a melhorar, ainda que os sinais sejam ténues, para já. O segundo, e tudo indica que o terceiro trimestres deste ano mostram que o desemprego está mais baixo»

A revisão do cenário macro-económico integrou estes sinais, fazendo uma projeção de «crescimento da economia em 0,8% em relação ao ano anterior, confirmando a solidez da viragem do ciclo económico», mas mantendo «um espesso realismo em relação ao desemprego», que depende da confiança que atraia o investimento, o que «vem na sequência do cumprimento do programa de ajustamento».

Conclusões das 8.ª e 9.ª avaliações do programa de assistência económica e financeira Tags: orçamento, programa de assistência económica e financeira, energia, défice, crescimento, despesa, pensões, poupança, desemprego
   

 

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