Moção de confiança, 30 julho 2013
 
2013-07-30 às 18:26

ENTRÁMOS NUM «CICLO POLÍTICO DIFERENTE» QUE É «UMA OPORTUNIDADE PARA O DIÁLOGO PARTIDÁRIO»

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou que a moção de confiança apresentada pelo Governo à Assembleia da República representa um «ponto de inflexão» e «um ciclo político diferente», «uma oportunidade para o diálogo partidário». Paulo Portas, que encerrava o debate da moção de confiança - aprovada seguidamente pelo Parlamento -, referiu que esta é a «confirmação da vontade de cumprir o acordo internacional» assinado com a troika.

Referindo que «a verdadeira alternativa a este Governo seria um segundo resgate», o Vice-Primeiro-Ministro afirmou a necessidade haver «equilíbrio entre a consolidação das finanças públicas e o crescimento da economia» para reduzir a factura do desemprego. Até porque a «despesa elevada corresponde a carga fiscal elevada e a despesa contida corresponde a carga fiscal mais contida».

Embora haja «há indicadores ténues» de melhoria da situação económica - que Paulo Portas listou, eles «não resolvem o drama de quem tem fome, de quem não consegue pagar as contas ou de quem procura trabalho e encontra desemprego». Contudo, «devemos proteger os sinais de esperança».

O Vice-Primeiro-Ministro afirmou também que é «mais útil ao País e aos cidadãos evoluir para uma estratégia de resolução dos problemas, a partir de uma lógica de negociação seletiva e exigente das grandes políticas públicas, dando o contributo indispensável da esquerda democrática para superar o protetorado, garantir a responsabilidade financeira, aumentar a eficiência da economia e proteger a coesão social».

Paulo Portas prosseguiu destacando que «há no País uma concordância sensata sobre a necessidade de os três partidos do arco da governabilidade dialogarem mais, negociarem mais e pactuarem mais», sem que isto se confunda «com a eliminação das diferenças entre Governo e oposição».

Referindo-se à reforma do IRC - e assinalando a posição de abertura do maior partido da oposição - o Vice-Primeiro-Ministro referiu que Portugal não está na lista dos países fiscalmente mais competitivos, mas que não é possível reduzir o IRC em 10% num único ano. Todavia, mas se o País anunciar que fará essa redução em cinco anos, criará um fator de previsibilidade que vai beneficiar a sua capacidade de captação de investimento.

Importa também «criar um mecanismo de aceleração das decisões de investimento» para evitar demoras de, por vezes, longos anos, fazendo com «que o investidor seja tratado com um cliente».

Finalmente, Paulo Portas afirmou a importância da «partilha de responsabilidades entre os trabalhadores e os empregadores» que é a marca da Europa e destacou a necessidade de criar um «espírito de uma só nação que é a marca dos Estados que se fizeram respeitados no mundo».

Tags: economia, programa de assistência económica e financeira, impostos, despesa, investimento, coesão, desemprego