Assembleia da República, 31 outubro 2013
 
2013-11-01 às 13:41

«A PARTIR DE JUNHO DE 2014, HAVERÁ VIDA PARA ALÉM DA TROIKA»

«Entre 2011 e hoje, em certo sentido, não houve vida para além do défice» mas «a partir de junho de 2014, haverá vida para além da troika», afirmou o Vive-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2014, na Assembleia da República.

Numa referência ao guião para a reforma do Estado, o Vice-Primeiro-Ministro referiu: «Algo me diz que o maior partido da oposição cometeu um lapso sobre uma dimensão de avaliação política» pois «dizer que os sinais de recuperação da economia são 'sol de pouca dura' tem dois riscos maiores», sendo estes «o falhanço da previsão sobre o que a economia consegue» e «deixar no ar a dúvida, certamente injusta, de que o PS não consegue desenvolver uma política de oposição em cenário de crescimento macroeconómico».

«Surpreende que o PS, que nos meteu nesta tortura, não perceba que chegar ao dia seguinte à troika - daqui a sete meses - é a melhor homenagem que podemos prestar aos portugueses, que foram sacrificados e humilhados neste resgate imperdoável», sublinhou Paulo Portas, acrescentando que é «perturbadora a declaração do líder da do maior partido da oposição, segundo a qual em junho e 2014 Portugal estará pior do que em maio de 2011».

«Não vou responder-lhe […] mas vou perguntar a quem quer ser Primeiro-Ministro: O que tem Portugal a ganhar em perder agora? O que têm os portugueses a ganhar em 'morrerem na praia' em vez de conseguirem reaver liberdade, soberania e o direito a viver normalmente?», questionou o Vice-Primeiro-Ministro.

Paulo Portas referiu ainda que «quem defende a mudança é quem está empenhado em terminar o programa de assistência económica e financeira, enquanto os que defendem a opção de não cumprir estão, mesmo que involuntariamente, a defender a continuidade da dependência, do vexame e até dos defeitos do memorando».

«Apesar dos sinais de crispação exagerada [entre o Governo e a oposição] permanecerem», o Vice-Primeiro-Ministro lembrou a «necessidade de uma trégua política, pois não devemos desistir de procurar o mínimo de concórdia nacional».

«Quando já se vê no horizonte o dia em que o resgate acaba, em que o memorando cessa, e em que a troika parte, é preciso assumir que não terminarão os constrangimentos, e que Portugal manterá obrigações que derivam da soberania que partilha na União Europeia», afirmou Paulo Portas. E concluiu: «O que o País recupera em 2014 é a soberania para poder escolher as políticas que conduzam ao cumprimento destas obrigações».

Tags: orçamento, economia, programa de assistência económica e financeira, união europeia, crescimento, reforma do Estado
   

 

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