O Ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou
que «o mar continua a ser (…) nove séculos depois, aquilo que
verdadeiramente nos distingue, que nos diferencia, que nos dá
futuro e riqueza».
Durante a tomada de posse do novo Diretor-Geral do Instituto
Hidrográfico, contra-almirante António Silva Ribeiro, o Ministro
relembrou que «é pelo mar que continuamos a enviar 60% das nossas
exportações e a receber 70% das nossas importações; é pelo mar que
continuamos a receber a totalidade do petróleo e 2/3 do gás natural
que consumimos»; e, finalmente, «é pelo mar que continua a passar
mais de 50% de todo o comércio externo da Europa».
«Portugal tem, hoje, a maior região marítima da União Europeia e
uma das maiores do mundo», referiu Aguiar-Branco, acrescentando que
«com a extensão da plataforma continental, estamos a falar de um
território marítimo equivalente à dimensão da Índia, com todos os
recursos naturais que isso significa».
A propósito do baixo investimento no mar, nos últimos anos,
Aguiar-Branco afirmou que o «problema de Portugal e que nos
conduziu à difícil situação em que hoje nos encontramos, não esteve
na falta de recursos», antes «na definição de prioridades», dando
como exemplo os elevados recursos gastos em auto-estradas.
«Bastaria metade», frisou o Ministro, para potenciar «as
atividades do mar e a economia que das mesmas resulta, nomeadamente
em termos de empregos, novos ou tradicionais».
Na sua intervenção, Aguiar-Branco destacou ainda o trabalho do
Instituto Hidrográfico enquanto «organismo vocacionado para a
investigação e desenvolvimento no âmbito das Ciências do Mar» e
cuja «multidisciplinaridade é, reconhecidamente, um dos pontos mais
fortes e potenciadores» da sua atividade, ao serviço da Marinha e
de Portugal.