COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 23 DE MAIO DE 1996

1. Segurança em recintos públicos

O Conselho de Ministros constituiu um grupo de trabalho, coordenado pelo Ministro da Administração Interna e integrando representantes dos Ministérios da Justiça e da Cultura e do Secretário de Estado dos Desportos, para, com a participação das organizações representativas das actividades envolvidas, preparar medidas legislativas de reforço da segurança nos espectáculos e manifestações desportivas em recintos públicos, por forma a que possam entrar em vigor já na próxima época desportiva.

2. Privatização da Portugal Telecom

O Conselho de Ministros aprovou uma Resolução que regulamenta a repartição de acções pelas diversas operações da segunda fase da privatização da Portugal Telecom, S.A.. No total, serão vendidos 37,35 milhões de acções.

A oferta pública de venda em bolsa tem por objecto um lote de 11 milhões de acções, no qual se incluem dois sub-lotes de 3,5 e quatro milhões respectivamente para trabalhadores e para pequenos subscritores e emigrantes.

O lote reservado para obrigacionistas da PT e dos TLP e para detentores de títulos de participação dos CTT e dos TLP será de 300 mil acções.

A parte reservada par o público em geral será de 3,2 milhões de acções.

O lote reservado à venda directa a um sindicato financeiro, e destinado a posterior dispersão junto de investidores institucionais portugueses e dos mercados internacionais, será de 26,35 milhões de acções.

Sendo a quantidade máxima alienável na segunda fase da privatização da PT de 41,3 milhões de acções, fica reservado um lote de 15 por cento da quantidade destinada a venda directa, que poderá ser alienado nos trinta dias seguintes, de acordo com o Decreto-Lei aprovado no Conselho de Ministros de 4 de Abril.

No final da segunda fase da privatização da Portugal Telecom, o sector privado ficará a deter 49 por cento do capital social da empresa.

3. Indemnizações compensatórias a empresas prestadoras de serviços públicos

O Conselho de Ministros aprovou uma Resolução que atribui indemnizações compensatórias e subsídios não reembolsáveis às empresas prestadoras de serviços públicos de comunicação (RDP, RTP e Lusa), transporte ferroviário (CP e Metro), rodoviário (Carris, STCP e Brisa), fluvial (Transtejo) e aéreo (TAP e Sata), num valor total de cerca de 44,5 milhões de contos.

O diploma estipula igualmente que o Ministro das Finanças pode impor limites ao financiamento adicional líquido e ao investimento das empresas envolvidas, autorizando, em casos especiais, que as verbas possam ser redistribuídas entre empresas prestadoras de serviços públicos.

4. O Conselho do Ministros aprovou ainda:

1. Um Decreto Regulamentar que declara as Penhas da Saúde, no concelho da Covilhã, como área crítica de recuperação e reconversão urbanística, e que concede à respectiva câmara municipal o direito de preferência nas transmissões a título oneroso de terrenos e edifícios situados na área.

Pretende-se, com esta medida, inverter a tendência de degradação urbana e ambiental a que a zona tem estado sujeita.

2. Um Decreto-Lei que liberaliza a venda de sal iodado, produto de grande eficácia na profilaxia de várias doenças resultantes da falta de iodo, definindo igualmente as regras da sua comercialização.

3. Uma Resolução que nomeia como encarregado de missão para as questões relativas à organização da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, junto do Ministro dos Negócios Estrangeiros, o conselheiro de embaixada Alfredo Manuel Silva Duarte Costa. A missão tem a duração de um ano.

4. Uma Resolução que ratifica o Plano Director Municipal de Sobral de Monte Agraço.

5. Quatro Resoluções que aprovam a delimitação da Reserve Ecológica Nacional nos concelhos de São Pedro do Sul, Fornos de Algodres, Abrantes e Golegã.

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